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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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A fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos ao projeto político <strong>de</strong> D. João IV é vista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

primeiros momentos da aclamação e nos anos que seguem este reinado, contudo, não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> vista outro aspecto que vinculava Óbidos com a casa Brigantina: D. Vasco Mascarenhas era<br />

parente do Rei por via materna e tal proximida<strong>de</strong> foi reconhecida em cartas escritas pelos Reis <strong>de</strong><br />

Portugal que o chamavam <strong>de</strong> “con<strong>de</strong> parente” e “muy amado sobrinho”.<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste nobre <strong>de</strong>ntro da estrutura política que se <strong>de</strong>lineava em Portugal e suas<br />

conquistas foram notadas a partir das funções que exerceu durante o período Brigantino. Em 1640<br />

o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos fazia parte do seleto grupo <strong>de</strong> militares e experientes combatentes do Reino e do<br />

Ultramar que compunham o Conselho <strong>de</strong> Guerra, sínodo estratégico para a condução da resistência<br />

portuguesa contra os ataques espanhóis e manutenção das conquistas portuguesas espalhadas pelo<br />

globo.<br />

Dando prosseguimento a investigação da trajetória política <strong>de</strong> Óbidos e cargos <strong>de</strong> governo<br />

que exerceu fora <strong>de</strong> Portugal, também abordarei a primeira e curta oportunida<strong>de</strong> que ele teve <strong>de</strong><br />

ostentar o título <strong>de</strong> Vice Rei da Índia. Os problemas que enfrentou naquela praça estão diretamente<br />

ligados ao seu <strong>de</strong>sacordo com a elite local, apresentarei neste capítulo os motivos que levaram a sua<br />

expulsão da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goa e usurpação do cargo tomando por base os relatos <strong>de</strong> historiadores do<br />

Oriente Português e uma bibliografia interessada nas revoltas que se iniciaram em 1640 e<br />

estouraram no ultramar português até 1680. Ser expulso da Índia serviu <strong>de</strong> lição para D. Vasco<br />

Mascarenhas e a partir <strong>de</strong>ste episódio seu estilo <strong>de</strong> tratamento para com adversários políticos foi<br />

<strong>mais</strong> incisivo, como veremos no terceiro capítulo.<br />

Óbidos foi retirado das funções que cumpria na Índia em 1653 e chegou ao Reino neste<br />

mesmo ano. Encontrou um Portugal abalado pela morte <strong>de</strong> D. Teodósio, três anos <strong>de</strong>pois, ele<br />

acompanhou a cerimônia <strong>de</strong> exéquias <strong>de</strong> D. João IV em 1656. O clima <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> no Reino só<br />

pô<strong>de</strong> ser superado com a Regência da Rainha D. Luísa <strong>de</strong> Gusmão, Óbidos acompanhou todo este<br />

período e viu as medidas que a Rainha tomou para não per<strong>de</strong>r os territórios conquistados pelo seu<br />

marido e preocupações que <strong>de</strong>monstrava para com a educação do seu filho D. Afonso, segundo na<br />

ca<strong>de</strong>ia sucessória.<br />

Ao aprofundar os estudos realizados sobre a ascensão <strong>de</strong> D. Afonso VI pu<strong>de</strong> alcançar as<br />

relações que o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos tinha com aqueles que apostavam na maiorida<strong>de</strong> do Infante e suas<br />

condições <strong>de</strong> assumir o reino. Um estudo <strong>de</strong>talhado das conexões existentes entre o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Óbidos, o Rei D. Afonso VI e o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Castelo Melhor, titulado Escrivão da Purida<strong>de</strong>, serão<br />

objeto <strong>de</strong> atenção ao fim <strong>de</strong>ste segundo capítulo.<br />

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