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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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1639; neste período ele lutou nas frentes <strong>de</strong> batalha li<strong>de</strong>radas pelo Con<strong>de</strong> da Torre com vistas a<br />

expulsar os holan<strong>de</strong>ses do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, todavia, sabemos da sua partida para Lisboa, em<br />

1640, sem avisar ao Con<strong>de</strong> da Torre e <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado suas funções <strong>de</strong> General <strong>de</strong> Artilharia para<br />

ajuntar-se ao partido do Duque <strong>de</strong> Bragança.<br />

Todavia, o ano <strong>de</strong> 1663 foi <strong>de</strong>cisivo na carreira política do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos, seu<br />

reconhecimento entre os nobres da Corte <strong>de</strong> Lisboa é reflexo das suas opções políticas, ele foi um<br />

dos nobres <strong>de</strong> Portugal que apostaram no reconhecimento da maiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> D. Afonso VI e nos<br />

po<strong>de</strong>res do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Castelo Melhor no Valimento Régio, mantendo-se unido ao comando político<br />

do Reino até a substituição do monarca. Óbidos compunha o Conselho <strong>de</strong> Estado e o Conselho <strong>de</strong><br />

Guerra do Reino <strong>de</strong> Portugal, além <strong>de</strong> ser comendador <strong>de</strong> tradicionais or<strong>de</strong>ns militares que o<br />

distinguia entre outros homens do Reino.<br />

No primeiro capítulo, tivemos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar a trajetória <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong><br />

<strong>Correa</strong>, uma figura influente na principal conquista portuguesa das Américas e que acompanhou as<br />

passagens do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos pelo Brasil. Em 1663, a posição política que este fidalgo da Bahia<br />

ocupava reunia em seu entorno funcionários da administração colonial com gran<strong>de</strong> peso político<br />

como os magistrados da Relação, religiosos do Mosteiro <strong>de</strong> São Bento e capitães <strong>de</strong> Infantaria<br />

instalados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador.<br />

<strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> estava encarregado das finanças da Coroa e cabia a ele o controle<br />

dos gastos, provisão do abastecimento e administração do tesouro do Estado do Brasil, além <strong>de</strong> ser<br />

um rico fazen<strong>de</strong>iro do Recôncavo da Bahia oriundo da família Caramuru, ele ostentava sua<br />

passagem na governança provisória do Brasil após ter participado da trama que usurpou o primeiro<br />

vice-rei do Brasil do cargo que ocupava.<br />

O Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos, por sua vez, representava a figura do Rei D. Afonso VI na América e<br />

tinha do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Castelo Melhor todas as licenças para governar o Brasil com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> vice-rei<br />

e Governador Geral. Apesar <strong>de</strong> estar subalterno às or<strong>de</strong>ns Óbidos, <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> era um<br />

antigo serventuário da Coroa Portuguesa <strong>de</strong>ntro do espaço colonial e tinha em suas mãos um cargo<br />

estratégico que o obrigava a fiscalizar as ações administrativas do vice-rei em exercício.<br />

Da mesma forma que o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos estava ciente que po<strong>de</strong>ria ser expulso novamente<br />

do seu cargo <strong>de</strong> vice-rei, caso não tivesse cuidado em conter seus opositores ou <strong>de</strong>monstrasse pouca<br />

afabilida<strong>de</strong> e diálogo com as autorida<strong>de</strong>s constituídas, <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> também sabia que<br />

as suas ações como Provedor Mor da Fazenda Real <strong>de</strong>veriam ser voltadas para coibir <strong>de</strong>scaminhos e<br />

concorrer para a boa administração da Colônia, portanto, <strong>Lourenço</strong> conhecia os limites do cargo que<br />

ocupava e ressaltava em suas cartas o zelo que sempre manifestou para com as finanças da Coroa,<br />

assim ele legitimava os seus argumentos contra o modo como o vice-rei do Brasil vinha conduzindo<br />

seu governo e o Conselho Ultramarino fazia coro às suas críticas.<br />

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