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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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1- Seguindo os passos <strong>de</strong> D. Vasco Mascarenhas<br />

Capítulo II<br />

Mascarenhas era o nome dado no século XII a uma localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Portugal, situada na região<br />

da província da Beira. O primeiro monarca a se intitular Rei <strong>de</strong> Portugal e Algarves, D. Sancho I<br />

(1154-1211), 171 conce<strong>de</strong>u a Estevão Rodrigues o título <strong>de</strong> Senhor daquele lugar e a varonia da Casa<br />

dos Mascarenhas. Como naquele tempo era comum aos primogênitos das famílias adotarem o local<br />

<strong>de</strong> nascimento em seus apelidos, o primeiro a introduzir Mascarenhas ao sobrenome foi <strong>Lourenço</strong><br />

Esteves Mascarenhas, filho e her<strong>de</strong>iro das mesmas terras e títulos. 172<br />

Esta família remonta, portanto, o tempo em que os homens do Reino <strong>de</strong> Portugal, agraciados<br />

com terras e honras por via <strong>de</strong> mercê régia, davam em troca <strong>de</strong> tais favores a sua própria vida nos<br />

momentos <strong>de</strong> guerra e se uniam ao exército cristão para expulsar os mouros, que permaneceram na<br />

Península Ibérica boa parte do século XI e XII. O patriarca dos Mascarenhas foi um dos cavaleiros<br />

que expulsou os muçulmanos erradicados na região das vilas <strong>de</strong> Elvas e Torres Novas, o que lhe<br />

ren<strong>de</strong>u benefícios régios em 1206. 173<br />

Para além da origem medieval, percebemos que a linhagem dos Mascarenhas se dispersou<br />

entre as outras famílias que compunham a corte palaciana Ibérica; em Portugal esta Casa foi uma<br />

tradicional auxiliar das Coroas que regeram aquela Península e em todas estas ocasiões os<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes dos Mascarenhas ocuparam posições <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. Não queremos fazer um inventário<br />

<strong>mais</strong> pormenorizado sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta família <strong>de</strong>ntro do complexo sistema<br />

nobiliárquico português, vale salientar que os Marqueses <strong>de</strong> Gouvêa (que tem a primogenitura dos<br />

Mascarenhas), os Marqueses da Fronteira, os Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Óbidos 174 , Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Cruz, Con<strong>de</strong>s<br />

da Torre, <strong>de</strong> Coculim e <strong>de</strong> Sandomil, são todos pertencentes à mesma árvore genealógica dos<br />

171 GIORDANI, Mario Curtis. História do mundo feudal: acontecimentos políticos. Petrópolis: Vozes. 1984. p. 445.<br />

172 SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. Memórias históricas e genealógicas dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Portugal, que contém a<br />

origem, e antiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas famílias: os Estados, e os Nomes dos que actualmente vivem, suas Arvores <strong>de</strong><br />

Costado, as alianças das Casas, e os Escudos <strong>de</strong> Armas, que lhes competem, até o ano <strong>de</strong> 1754. Lisboa: Régia<br />

Officina Sylviana e da Aca<strong>de</strong>mia Real, segunda impressão. 1755. p. 125-135.<br />

173 I<strong>de</strong>m. p. 126.<br />

174 [...] Dez legoas ao Su<strong>de</strong>ste da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Leyria, cinco ao Sul da Villa <strong>de</strong> Torres Vedras, dois ao mar Oceano & huma<br />

das Caldas para o Sul, em lugar alto tem seu assento a muyto nobre; & leal Villa <strong>de</strong> Óbidos, cujo nome se <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong><br />

três palavras italianas; ob id os, por causa da boca ou foz <strong>de</strong> um braço do mar, que antigamente chegava a esta Villa &<br />

ainda hoje junto <strong>de</strong>la se achão algumas pedras furadas, aon<strong>de</strong> se prendião os barcos. He banhado <strong>de</strong> três rios, sobre<br />

que atravessão em pontes; o primeiro vem das Caldas & lhe chamão rio do Cabo; o segundo o rio do Meyo, o terceiro<br />

o Real os quaes se metem na lagoa, fertilizando suas varzeas <strong>de</strong> pão, vinho, & <strong>de</strong> gostosas frutas <strong>de</strong> toda a casta. Foy<br />

fundada pelo Túrdulos & Celtas 808 anos antes da vinda <strong>de</strong> Cristo. Entrou em domínio dos árabes & a conquistou<br />

pelos anos <strong>de</strong> 1148. Ver: COSTA, Padre Antonio Carvalho da. Corografia Portuguesa, e <strong>de</strong>scripçam topográfica do<br />

famoso reyno <strong>de</strong> Portugal,com as noticias das fundações das Cida<strong>de</strong>s, Villa e lugares que conthem: Varoens<br />

ilustres, Genealogia das famílias nobres, fundações <strong>de</strong> Conventos, Catalogo dos Bispos, antiguida<strong>de</strong>s, maravilhas<br />

da natureza, edifícios & outras curiosas observações. Offerecido a Sereníssima Senhora D. Marianna <strong>de</strong> Áustria,<br />

Rainha <strong>de</strong> Portugal .Tomo Terceiro. Segunda edição, Braga: Topografia Domingos Gonçalves Gouvêa. 1712, p. 61.<br />

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