Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
a combater as ameaças estrangeiras que assolavam a América Portuguesa.<br />
Vasco Mascarenhas foi indicado não apenas por ter relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> com Diogo Luís <strong>de</strong><br />
Oliveira e outrora ter sido seu companheiro <strong>de</strong> armas, mas também porque o serviço militar que<br />
prestou na Europa o fazia conhecedor do modo <strong>de</strong> combate dos holan<strong>de</strong>ses, das artimanhas <strong>de</strong><br />
guerra daquele povo e o tipo <strong>de</strong> munição, armamento e táticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa que utilizavam. Assim, o<br />
Governador elogiava seu ex-companheiro <strong>de</strong> armas, informando que ele servia com muita<br />
pontualida<strong>de</strong> e satisfação e por esses motivos justificava sua indicação.<br />
Como um administrador do seu tempo, Diogo Luis <strong>de</strong> Oliveira também se ocupou em<br />
sugerir os melhoramentos financeiros e a forma como o pagamento do soldo <strong>de</strong> D. Vasco<br />
Mascarenhas entraria nas contas da Fazenda Real do Brasil: [...] se lhe faça mercê <strong>de</strong> ocupar no<br />
ofício <strong>de</strong> Sargento Mor do Brasil da mesma maneira e com o mesmo or<strong>de</strong>nado<br />
[...]acrescentandolhe em o título <strong>de</strong> Mestre <strong>de</strong> Campo por ser calida<strong>de</strong> diferente <strong>de</strong> todas os <strong>de</strong><strong>mais</strong><br />
que servirão [...]. Fazendo isto, o Governador apresentava a <strong>de</strong>spesa que o envio <strong>de</strong>ste militar ao<br />
Brasil geraria, bem como ressaltava os melhoramentos que esta vinda para o Brasil traria à sua<br />
carreira. 187<br />
Mestre <strong>de</strong> Campo era o posto que D. Vasco Mascarenhas ocupava em Flandres, ele não<br />
po<strong>de</strong>ria passar para o Brasil exercendo uma função inferior a esta, caso isto ocorresse seria ele<br />
“<strong>de</strong>gradado”, ou seja, rebaixado em suas funções militares. Mas não foi esse o seu <strong>de</strong>stino, o<br />
Governador Geral sugeria que este Mascarenhas fosse provido na Bahia com a função <strong>de</strong> Capitão<br />
Mor do Mar, cargo <strong>mais</strong> importante e com maiores rendimentos que o anterior, a tarefa que iria<br />
cumprir estava <strong>de</strong>finida nesta mesma carta, vejamos:<br />
[...] visitar as capitanias e fortalezas mandando alistar a gente e vendo se tem armas e se<br />
sabem manejar e ver on<strong>de</strong> é necessario fortificar e reparar algumas couzas cahidas e que<br />
se há artilharia e se esta em seus postos e se tem os petrechos necessarios para se servir<br />
<strong>de</strong>la e que nos almazens aja polvora e monições on<strong>de</strong> faltarem todas estas couzas se avise<br />
ao Governador. 188<br />
Vemos assim que a primeira temporada <strong>de</strong> D. Vasco Mascarenhas no Brasil foi marcada por<br />
viagens <strong>de</strong> reconhecimento e inspeção técnica, tinha ele a missão <strong>de</strong> reunir as informações sobre o<br />
efetivo militar, bem como inventariar o arsenal existente nas Capitanias, tal atribuição se fazia<br />
urgente tendo em vista as constantes ameaças <strong>de</strong> inimigos, fossem eles invasores holan<strong>de</strong>ses, índios<br />
rebel<strong>de</strong>s ou escravos aquilombados. Diogo Luís <strong>de</strong> Oliveira reclamava das várias atribuições que<br />
tinha enquanto Governador Geral e tantas <strong>de</strong>mandas o impedia <strong>de</strong> tomar o <strong>de</strong>vido cuidado com as<br />
coisas da guerra, por isto ele conferiu esta missão especial a um especialista nas armas.<br />
187 i<strong>de</strong>m<br />
188 i<strong>de</strong>m<br />
Correr as estradas do sertão que levava aos Engenhos e fazendas <strong>de</strong> gado, navegar nos rios<br />
66