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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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confirmava a posse do terreno sesmado em uma proprieda<strong>de</strong> alodial ou enfiteuse. A terra alodial era<br />

uma proprieda<strong>de</strong> imóvel, livre <strong>de</strong> encargos, vínculos e ônus que davam status <strong>de</strong> alodialida<strong>de</strong> a<br />

terra, pois o proprietário era isento <strong>de</strong> foros, pensões, hipotecas e outras <strong>de</strong>spesas. 160<br />

Já emphyteosis, como registrou Raphael Bluteau, significava a concessão <strong>de</strong>finitiva da terra<br />

produtiva, ao enfiteuta. A enfiteuse era então caracterizada pela impossibilida<strong>de</strong> do proprietário se<br />

<strong>de</strong>sfazer da terra, pois estava obrigado a cultivar e melhorar estes domínios, sendo possível passá-lo<br />

à suas gerações. 161<br />

Vemos então, que tanto o alódio quanto a enfiteuse dava pleno gozo aos proprietários<br />

<strong>de</strong>finitivos <strong>de</strong>stes bens imóveis, na Bahia estes instrumentos jurídicos legitimadores foram<br />

acionados por Antonio Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Brito</strong>, Antonio <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong>, <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong>,<br />

<strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> Figueiredo e tantos outros homens que, ao longo do século XVII, consolidaram o<br />

imponente patrimônio dos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes do Caramuru.<br />

8- Uma capitania em forma <strong>de</strong> mercê: <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> e seu interesse nas terras do<br />

Recôncavo.<br />

Depois <strong>de</strong> termos analisado o contexto jurídico e simbólico que envolvia a concessão <strong>de</strong><br />

terras na Bahia Colonial, temos <strong>mais</strong> instrumentos para compreen<strong>de</strong>r o motivo que levou <strong>Lourenço</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> a pedir um amplo espaço <strong>de</strong> terra em forma <strong>de</strong> Capitania, para que nela custeasse a<br />

construção <strong>de</strong> uma Vila.<br />

<strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong>monstrava interesse pelas terras do Recôncavo, todavia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> em 1660 a graça<br />

régia em forma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s era outorgada pelas mãos <strong>de</strong> D. Luísa <strong>de</strong> Gusmão ao<br />

fidalgo <strong>Lourenço</strong>, no dia 23 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1660 a Rainha conce<strong>de</strong>u carta <strong>de</strong> Sesmaria para<br />

algumas pessoas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador, eram eles: <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> e sua irmã<br />

Jona <strong>Correa</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong>, o Capitão Antonio Lopes Soeiro e o Padre Matheus <strong>de</strong> Mendonça, cada um<br />

recebeu [...] doze legoas em quadra sobre as lagoas do Sul e do Norte acima, e partes <strong>de</strong> Garanhém<br />

e do lado dos campos do Inhamú, com todos os seus logradouros, entradas e sahidas, serventias,<br />

mattos, lenhas, agoas e pastos.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 1660 <strong>Lourenço</strong> recebeu outra Carta <strong>de</strong> Foral contendo [...] duas legoas <strong>de</strong><br />

terra <strong>de</strong> comprido e duas <strong>de</strong> largo, compradas <strong>de</strong> Christovão da Rocha e <strong>mais</strong> duas legoas em<br />

quadra que <strong>de</strong> novo se lhe dá. 162<br />

160 CARDOSO, Ciro Flamarion Santana.; BRIGNOLI, Héctor Pérez. História Económica <strong>de</strong> América Latina.<br />

Sistemas agrários y historia colonial. Tomo 1. Barcelos: Crítica, 1984, p. 111.<br />

161 Op. cit. BLUTEAU, Raphael. Vocabulário Portuguez e Latino, Volume III, 1728, p. 63<br />

162 Esta mercê foi dada no dia 07 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1660, [...] no rio <strong>de</strong> São Francisco, on<strong>de</strong> se chama Jasseoba,<br />

começando em uns montes à beira do rio rumo direito rio acima as duas legoas <strong>de</strong> terra que comprou a Christovão da<br />

Rocha e outro tanto <strong>de</strong> largo até o monte Obutura Caconha, das quaes esta <strong>de</strong> posse pacifica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o anno <strong>de</strong> 1634;<br />

bem como <strong>mais</strong> duas legoas d´on<strong>de</strong> acabam as primeiras rumo direito pelo rio acima, e outras duas legoas perto do<br />

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