Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
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que havia servido bem a Vossa Magesta<strong>de</strong>. 92<br />
Na Bahia, [...] por se achar que recebera dinheiro que o povo fintara para o sustento dos<br />
soldados, sendo pelo contrário, e pertencente a fazenda real 93 , os bens <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong><br />
foram sequestrados por um Alvará do Rei, or<strong>de</strong>nando que o Conselho da Fazenda executasse na<br />
Bahia as suas posses enquanto estava prisioneiro em Lisboa.<br />
Os autos apontam que foram confiscados [...] três mil cruzados que recebeo a conta <strong>de</strong> seu<br />
or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> Governador (como se lhe fez). 94 Com esta medida, as rendas ordinárias <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> ficaram bloqueadas, causando prejuízo tanto para pagar as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> sua família na<br />
Bahia, tanto para custear os honorários <strong>de</strong> seu livramento no Reino. Para além <strong>de</strong> ter o seu salário<br />
suspenso, o patrimônio <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> também foi liquidado, a Fazenda do Brasil<br />
tratou <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r [...] todos seus escravos, e gados em leilão a diversas pessoas, com perda mui<br />
consi<strong>de</strong>rável. 95<br />
<strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> conheceu a outra face da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa e passou [...] <strong>mais</strong> <strong>de</strong><br />
sete anos (1642 a 1649) trancafiado na Ca<strong>de</strong>ia do Limoeiro, não consegui encontrar nenhum<br />
documento que referencia a situação em que <strong>Lourenço</strong> se encontrava em Lisboa durante este espaço<br />
<strong>de</strong> tempo.<br />
Em 1649, o fidalgo da Bahia reclamava [...] os quintos das fazendas que tinha direito pela<br />
prisão da fragata Espanhola que pren<strong>de</strong>ra em Salvador, [...] por particular mercê que Vossa<br />
Magesta<strong>de</strong> fez aos Governadores do Estado do Brazil por alvará <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1613. 96<br />
Confiando no pagamento <strong>de</strong>ste débito, ele emprestou a quantia sem mesmo tê-la recebido [...] para<br />
ajuda do sustento dos soldados, que naquela época penavam com a ausência <strong>de</strong> víveres e reaver<br />
esta <strong>de</strong>spesa se tornava imprescindível para o seu livramento e custeio <strong>de</strong> sua vida.<br />
Esta consulta do Conselho Ultramarino informa com clareza a condição jurídica em que<br />
<strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> se encontrava em Portugal, no ano <strong>de</strong> 1649 e a notícia do seu regresso<br />
para a América: [...] E hora esta <strong>de</strong>gredado para o Brazil por dous annos, pela acusação que lhe fez<br />
Gaspar Sinel, que vai cumprir nesta frota 97 .<br />
durante um mês perguntava, aos Oficias da Correição e outras testemunhas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> vilas circunvizinhas no raio<br />
<strong>de</strong> seis léguas, se o ex-funcionário havia se beneficiado do seu po<strong>de</strong>r para conseguir privilégios como: [...] recebimento<br />
<strong>de</strong> peytas, dádivas ou empréstimos, [...]se teve cuidado <strong>de</strong> saber dos malfeytores, se os pren<strong>de</strong>o ou <strong>de</strong>yxou, <strong>de</strong>ntre<br />
outras apurações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m administrativa que qualificaria ou reprovaria sua gestão. Op. Cit. BLUTEAU, Raphael.<br />
Vocabulario Portuguez e Latino, v.7, p. 281.<br />
92<br />
op. Cit. AHU, LF, Cx. 11, Doc.1355<br />
93<br />
I<strong>de</strong>m<br />
94<br />
i<strong>de</strong>m<br />
95<br />
i<strong>de</strong>m<br />
96<br />
i<strong>de</strong>m<br />
97<br />
I<strong>de</strong>m. Gaspar Sinel era um familiar do Santo Ofício da Inquisição <strong>de</strong> Lisboa, conforme atesta a Diligencia <strong>de</strong><br />
Habilitação <strong>de</strong> Gaspar Sinel em PT/TT/TSO-CG/A/008-001/10086: Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral,<br />
Habilitações, Gaspar, mç. 2, doc. 73. Disponível em: http://digitarq.dgarq.gov.pt/<strong>de</strong>tails?id=2329018 Acessado em<br />
13/09/2011, às 15:37.<br />
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