Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
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Mascarenhas. 175<br />
Coletar os vestígios <strong>de</strong>ixados nas fontes da época que registram o protagonismo <strong>de</strong> D. Vasco<br />
Mascarenhas foi uma tarefa trabalhosa, para cumprir este objetivo segui as orientações <strong>de</strong>ixadas por<br />
Diogo Ramada Curto, o autor auxilia o trabalho do pesquisador interessado nas trajetórias políticas<br />
do século XVII:<br />
[...] em torno <strong>de</strong> cada nome e <strong>de</strong> cada pessoa será sempre possível <strong>de</strong>senhar, por círculos<br />
concêntricos, vários sentimentos <strong>de</strong> pertença: à família, linhagem, casa ou clientela<br />
(apesar <strong>de</strong> esta última nem sempre se afigurar muito nítida); ou a uma carreira –<br />
sobretudo ao serviço do rei, mas que muitas vezes se confun<strong>de</strong> com uma sucessão familiar<br />
em <strong>de</strong>terminado cargo –, sendo que é muitas vezes ténue a separação entre os cargos<br />
ocupados e os títulos e comendas recebidas. 176<br />
Não temos dados que comprovam a data <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> Vasco Mascarenhas 177 ,<br />
provavelmente tenha nascido no início do século XVII. Se analisarmos com <strong>mais</strong> cuidado a<br />
vinculação <strong>de</strong>ste nobre com os membros da casa real dos Bragança, teremos <strong>mais</strong> instrumentos para<br />
enten<strong>de</strong>r os laços que manteve com o Rei D. João IV; as contribuições da Heráldica apresentam<br />
uma breve <strong>de</strong>scrição do brasão do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos, 178 vejamos:<br />
[...] As armas <strong>de</strong>sta casa são tres faixas <strong>de</strong> ouro em campo vermelho, a que ajuntarão as<br />
reaes, por <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong> D. Diniz, filho do Duque <strong>de</strong> Bragança, e assim esquartelarão o<br />
escudo, no primeiro os reaes e no outro os dos Mascarenhas acima. 179<br />
Outra graça régia advinda dos Bragança foi outorgada pelo Infante D. Duarte, irmão <strong>mais</strong><br />
novo do Rei D. João IV, Óbidos assumiu uma função <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque em 1648 na Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cristo,<br />
conforme transcreveu D. Antonio Caetano <strong>de</strong> Souza: [...] ouve por bem <strong>de</strong> nomear por tenente do<br />
comendador Mor <strong>de</strong> Cristo a D. Vasco Mascarenhas, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos, do meu Conselho <strong>de</strong><br />
Guerra e meu muito amado sobrinho. 180<br />
175 Op.cit.; SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. Memórias históricas e genealógicas dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Portugal, 1755, p. 127<br />
176 CURTO, Diogo Ramada. “A Restauração <strong>de</strong> 1640: nomes e pessoas.” In: Península. Revista <strong>de</strong> Estudos Ibéricos.<br />
n. 0, Porto: Instituto <strong>de</strong> Estudos Ibéricos/Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras do Porto, 2003. p. 336.<br />
177 Vasco Mascarenhas era filho <strong>de</strong> D. Fernando Martins Mascarenhas, Comendador <strong>de</strong> Mertola e Alcai<strong>de</strong> Mor <strong>de</strong> Monte<br />
Mor o novo. A vinculação <strong>de</strong> Óbidos com a Casa real Bragantina advêm da sua mãe, D. Maria Madalena <strong>de</strong> Lancastro,<br />
filha segunda <strong>de</strong> D. Diniz <strong>de</strong> Lancastro, portanto avô materno <strong>de</strong> Óbidos. D. Diniz era Comendador Mor do Mestrado e<br />
Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cristo e Alcai<strong>de</strong> mor <strong>de</strong> Óbidos, casou-se com D. Isabel Henriques, ambos fundadores e padroeiros do<br />
Convento <strong>de</strong> Óbidos, <strong>de</strong>sta forma, Vasco Mascarenhas era [...] neto <strong>de</strong> D. Diniz <strong>de</strong> Lancastro, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lemos em<br />
Castella e bisneto <strong>de</strong> D. Fernando, segundo do nome, Duque <strong>de</strong> Bragança, e <strong>de</strong> sua mulher D. Isabel <strong>de</strong> Lancastro. ver:<br />
MARIA, Frei Joseph <strong>de</strong> Jesus. Espelho dos Penitentes e Chronica <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Arabida em que se<br />
manifestam a vida <strong>de</strong> muitos santos varoens <strong>de</strong> abalizadas virtu<strong>de</strong>s e outros que pela verda<strong>de</strong> da fé sacrificarão<br />
as vidas <strong>de</strong>stribuidas por todos os dias do anno. Offerecido a sempre augusta magesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> El Rey D. João V<br />
Nosso Senhor. Lisboa: Officina Joseph Antonio da Sylva, 1737, p.358.<br />
178 [...] Óbidos, Villa na provincia da Estremadura; <strong>de</strong>sta Villa foi feito Con<strong>de</strong> D. Vasco Mascarenhas, <strong>de</strong> que tirou a<br />
carta a 22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1636, que está na Chancellaria do dito anno, liv. 27, pag.210; <strong>de</strong>pois quando passou por<br />
Vice-Rey do Estado do Brasil, El Rey D. Affonso VI lhe fez mercê, entre outras, <strong>de</strong> Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos <strong>de</strong> juro para todos<br />
os seus sucessores na forma da Ley mental, <strong>de</strong> que se lhe passou carta a 14 <strong>de</strong> Abril do anno <strong>de</strong> 1663, que está na sua<br />
Chancellaria, liv. 27, pag.211. ver: op. cit. SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. Memórias históricas e genealógicas dos<br />
gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Portugal. 1755. p. 427.<br />
179 op. cit. SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. Memórias históricas e genealógicas dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Portugal, 1755. p. 435.<br />
180 SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. História Genealógica da Casa Real Portuguesa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua origem até o presente,<br />
com as famílias ilustres, que proce<strong>de</strong>m dos Reys e dos Sereníssimos Duques <strong>de</strong> Bragança, justificada com<br />
instrumentos e escritores <strong>de</strong> inviolável fé e offerecida a El Rey D. João V. Tomo IX. Lisboa: Régia Officina Sylviana<br />
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