Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
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A vinculação <strong>de</strong> D. Vasco Mascarenhas com a Coroa Castelhana é constatada a partir do<br />
título <strong>de</strong> primeiro Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos, concedido pelo Rei Felipe III, durante a União Ibérica. Tal<br />
benesse <strong>de</strong>ve ser entendida a partir da sua primeira união matrimonial, estabelecida com Jeronima<br />
Maria <strong>de</strong> La Cueva e Benavi<strong>de</strong>s, filha <strong>de</strong> D. Luís <strong>de</strong> La Cueva e Benavi<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> D. Elvira <strong>de</strong><br />
Mendonça, Dama da Rainha D. Isabel <strong>de</strong> Bourbon. Seu primeiro matrimônio ocorreu durante a<br />
União Ibérica e foi pelas mãos dos Habsburgos que este membro do tronco dos Mascarenhas<br />
recebeu o título <strong>de</strong> primeira nobreza com que ficou conhecido no Reino e no Ultramar. 181<br />
Não teve filhos com a sua primeira mulher, <strong>de</strong>funta ainda jovem, a viuvez do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Óbidos só foi substituída por um novo matrimônio contraído com sua sobrinha, Joana Francisca <strong>de</strong><br />
Vilhena e com ela teve seu her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> títulos, D. Fernão Martins Mascarenhas. O patrimônio<br />
familiar do primeiro Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos atravessou o tempo dos Filipes e continuou com os<br />
Bragança, esta constatação po<strong>de</strong> ser comprovada a partir das honras e mercês recebidas,<br />
especialmente após a Restauração.<br />
As várias ativida<strong>de</strong>s políticas, militares e administrativas que Óbidos exerceu po<strong>de</strong>m ser<br />
percebidas ao longo do século XVII: pertenceu aos Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Óbidos a Alcaidaria-mor das vilas <strong>de</strong><br />
Óbidos e Selir Porto (1638), D. Vasco Mascarenhas foi Conselheiro <strong>de</strong> Guerra em1640, recebeu o<br />
também o título <strong>de</strong> Governador e Capitão Geral do Algarve, Vice Rei da Índia (1652-1653), Vice<br />
Rei do Brasil (1663-1667), Governador das Armas da Província do Alentejo, Conselheiro <strong>de</strong> Estado<br />
<strong>de</strong> D. Afonso VI (1662), Comendador da preceptoria e comenda <strong>de</strong> N. S. da Lourinhã (1655);<br />
Sellame<strong>de</strong>; Idanha, a Velha e São Salvador <strong>de</strong> Barbaes (1666). Também foi Comendador da Or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> Cristo (1659), em São <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> Taveiro e da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Santiago em Hortalagoa (1665). 182<br />
2- Estágio probatório nas praças ultramarinas: o Brasil e seus <strong>de</strong>safios.<br />
Façamos então um mapeamento da trajetória <strong>de</strong> D. Vasco Mascarenhas enfocando nos<br />
registros documentais que comprovam a sua presença em terras americanas, a Carta patente <strong>de</strong> Vice<br />
Rei que recebeu <strong>de</strong> D. Afonso VI, em 1663, atestava que ele servia às Coroas Ibéricas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
e da Aca<strong>de</strong>mia Real, 1742. P. 91.<br />
181 Mafalda Soares da Cunha apontou que durante o período Filipino a casa da Áustria incentivava a união <strong>de</strong> casais<br />
espanhóis com portugueses no intuito <strong>de</strong> formar uma nobreza comum, com relação ao casamento do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos<br />
na Espanha ela afirma: [...] El monarca fue liberal, respondiendo positivamente al pedido <strong>de</strong> la futura suegra para que<br />
el fuese prorrogado em dos vidas más la alcaidaria-mayor y las encomiendas que tênia, y hasta la merced <strong>de</strong> 10.000<br />
reales <strong>de</strong> renda em Portugal sobre bienes vacantes <strong>de</strong> la Corona. El Rey asintió, dotando <strong>de</strong> inmediato la encomienda<br />
<strong>de</strong> São Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila Marim (Algarve), contra la entrega <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> menor valor que el hidalgo poseía. Y, com todo,<br />
llegó a<strong>de</strong>más El titulo <strong>de</strong> con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos. Ver: CUNHA, Mafalda Soares da. “Titulos Portugueses e matrimônios<br />
mixtos en la Monarquia Católica.” In: CASALILLA, Bartolomé Yun (dir.). Las re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l Império : elites sociales em<br />
la articulación <strong>de</strong> la Monarquia Hispánica, 1492-1714. Marcial Pons Historia, Universidad Pablo <strong>de</strong> Olavi<strong>de</strong>, 2009,<br />
p.226.<br />
182 Op. cit. SOUSA, Antonio Caetano <strong>de</strong>. História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo IX, 1742. P. 100.<br />
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