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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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neerlandês, o Duque <strong>de</strong> Olivares aconselhou que o Rei reunisse <strong>mais</strong> esforços para a quarta<br />

mobilização <strong>de</strong> navios e soldados em socorro daqueles que enfrentavam as tropas batavas instaladas<br />

no Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1624. O militar D. Fernando Mascarenhas, o Con<strong>de</strong> da Torre, foi o homem<br />

<strong>de</strong>stacado para comandar esta missão.<br />

Os documentos que informam <strong>de</strong>talhes do planejamento <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> ofensiva, os recursos<br />

utilizados, os militares envolvidos e os conflitos oriundos <strong>de</strong>ste período po<strong>de</strong>m ser encontrados nas<br />

“Cartas do 1º Con<strong>de</strong> da Torre”, 47 a transcrição das comunicações enviadas e recebidas por D.<br />

Fernando Mascarenhas e por outros militares que fizeram parte da armada <strong>de</strong> Socorro do Brasil<br />

entre os anos <strong>de</strong> 1637 a 1640 são meios possíveis para <strong>de</strong>senhar, com <strong>mais</strong> niti<strong>de</strong>z o protagonismo<br />

<strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> e do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos nesta ocasião.<br />

A Câmara da Bahia esperava a quarta armada <strong>de</strong> socorro prometida pela Espanha e resistiam<br />

às privações daqueles dias, os fazen<strong>de</strong>iros forneciam mantimentos para os combatentes que<br />

enfrentavam o exército <strong>de</strong> Maurício <strong>de</strong> Nassau e amargavam consecutivas perdas na produção <strong>de</strong><br />

cana. O Con<strong>de</strong> da Torre era um nobre <strong>de</strong> reconhecida experiência militar na Corte <strong>de</strong> Madri,<br />

membro do Conselho <strong>de</strong> Estado do Rei Felipe IV e estava incumbido <strong>de</strong> organizar o exército que<br />

iria expulsar os holan<strong>de</strong>ses do Brasil, carregava consigo o título <strong>de</strong> Capitão General da Armada do<br />

Occeano 48 e, quando saiu <strong>de</strong> Castela, avisava ao Rei que o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos o acompanhava,<br />

cumprindo a função <strong>de</strong> General <strong>de</strong> Artilharia naquela armada <strong>de</strong> socorro.<br />

Os investimentos em armas, soldados, mantimentos e embarcações para retomar o controle<br />

do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil foram ameaçados pelos consecutivos problemas que o Con<strong>de</strong> da Torre<br />

enfrentou antes da viagem, durante o trajeto transatlântico e ao chegar à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador,<br />

acompanhemos. 49<br />

Após sair da Península Ibérica e atravessar boa parte do Oceano, o Con<strong>de</strong> da Torre or<strong>de</strong>nou<br />

que a armada aportasse nas ilhas <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>, já era dia 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1638 e ali<br />

<strong>de</strong>sembarcaram mil soldados doentes, some-se a este contingente outros tantos que permaneceram<br />

naquele local para se curar e terminaram adquirindo varíola, epi<strong>de</strong>mia que grassava aquelas ilhas.<br />

Quando o reforço <strong>de</strong> navios espanhóis aportou em Cabo Ver<strong>de</strong>, no dia 5 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

1638, constatou-se a baixa <strong>de</strong> 475 homens e <strong>mais</strong> 1214 militares doentes. Embarcações espanholas<br />

e portuguesas, comandadas pelo português D. Fernando Mascarenhas, Con<strong>de</strong> da Torre, saíram da<br />

África no dia 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1638 em direção ao Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, abarrotada <strong>de</strong> tripulantes<br />

enfermos. A armada <strong>de</strong> socorro chegou à Bahia no dia 19 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1639, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> navegar<br />

47 MIRANDA, Susana Münch. SALVADO, João Paulo (orgs.) Cartas do 1.º Con<strong>de</strong> da Torre, 4 vols. Lisboa: Comissão<br />

Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001.<br />

48 Op. cit. MIRANDA, Susana Münch. SALVADO, João Paulo (orgs.) Cartas do 1.º Con<strong>de</strong> da Torre, 2001. p. 67.<br />

49 [...] Forão ao todo <strong>de</strong>z mil os que embarcaram nessa frota formidável, 33 navios <strong>de</strong> guerra (25 portugueses e oito<br />

espanhóis) – tendo como capitães generais da cavalaria D. Francisco <strong>de</strong> Moura e da artilharia o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óbidos [...]<br />

Ver: op. cit. CALMON, Pedro. História do Brasil, Vol.2, 1971, p. 621.<br />

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