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Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...

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Baseando-me nos estudos <strong>de</strong> Anita Nowinsky sobre o clima <strong>de</strong> perseguição aos cristãos-<br />

novos na Bahia, pu<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r com <strong>mais</strong> luci<strong>de</strong>z a <strong>de</strong>núncia feita por <strong>Lourenço</strong> especialmente<br />

as acusações <strong>de</strong> blasfêmia e comportamento sexual sodomita promovidos por alguns ju<strong>de</strong>us<br />

proprietários <strong>de</strong> engenhos no recôncavo da Bahia. Notamos sua aversão aos marranos, mas também<br />

constatamos informações sobre sua ida<strong>de</strong>, a patente <strong>de</strong> Capitão, filiação, local <strong>de</strong> residência e<br />

posição política que este fidalgo ocupava na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador em 1619.<br />

Luiz Henrique Dias Tavares e Francisco Adolfo <strong>de</strong> Varnhagen foram autores fundamentais<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste capítulo, a partir <strong>de</strong>les pu<strong>de</strong> ter acesso à <strong>de</strong>senvoltura <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> como militar, outros cronistas do século XVII também registram sua patente <strong>de</strong><br />

Capitão dos Aventureiros e seu protagonismo nas guerras que a dinastia Filipina perpetrou para<br />

expulsar os holan<strong>de</strong>ses da Bahia e <strong>de</strong> Pernambuco, <strong>Lourenço</strong> esteve entre os combatentes <strong>mais</strong><br />

aguerridos na empreitada que expulsou os invasores da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador, seja em 1625, seja nos<br />

anos seguintes a 1630.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Wolfgang Lenk também auxiliou com informações sobre algumas <strong>de</strong>savenças<br />

registradas entre <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> e o Governador Diogo Luis <strong>de</strong> Oliveira, Afonso Costa<br />

indicou que o capitão <strong>Lourenço</strong> passou uma temporada na Europa a regozijar dos benefícios<br />

adquiridos pelo monarca em recompensa dos serviços que prestou nas suas batalhas na Bahia,<br />

contudo, seus conhecimentos militares não foram dispensados, o biógrafo afirmou que <strong>Lourenço</strong><br />

voltou ao Brasil em 1637, como tripulante <strong>de</strong> uma das armadas <strong>de</strong> socorro enviadas pelo Rei Felipe<br />

IV e continuou a auxiliar ao Con<strong>de</strong> da Torre na peleja <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

A leitura das Cartas do Con<strong>de</strong> da Torre exerceu um papel fundamental nesta investigação, o<br />

manuseio das mesmas me <strong>de</strong>u oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer com <strong>mais</strong> profundida<strong>de</strong> o protagonismo<br />

militar <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> no período das tentativas <strong>de</strong> reconquistar o nor<strong>de</strong>ste. Percebe-se que <strong>Lourenço</strong><br />

<strong>de</strong>monstrou o acúmulo <strong>de</strong> experiência militar e conhecimento do clima tropical para aconselhar ao<br />

seu superior como proce<strong>de</strong>r ao enfrentamento dos batavos em Pernambuco <strong>de</strong> forma eficaz.<br />

O Con<strong>de</strong> da Torre não conseguiu expulsar os holan<strong>de</strong>ses do nor<strong>de</strong>ste, na Europa, a Casa da<br />

Áustria amargava as consecutivas revoltas dos moradores <strong>de</strong> Portugal, especialmente da elite<br />

lusitana <strong>de</strong>scontente com aumentos na cobrança <strong>de</strong> impostos para custear a guerra com os Países<br />

Baixos e perdas consecutivas nas conquistas ultramarinas. A situação na Bahia também estava<br />

preocupante dado o <strong>de</strong>sgaste que a figura do monarca espanhol vinha sofrendo <strong>de</strong>vido a <strong>mais</strong><br />

taxações que recaíam sobre os fazen<strong>de</strong>iros e senhores <strong>de</strong> engenho <strong>de</strong>sta parte do Império, além das<br />

consecutivas investidas das tropas <strong>de</strong> Nassau na capitania na Bahia, seja assediando o litoral e<br />

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