Lourenço de Brito Correa: o sujeito mais perverso e escandaloso ...
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comando <strong>de</strong> D. Fradique <strong>de</strong> Toledo e compunha vinte e oito navios espanhóis e sete portugueses,<br />
eles recuperaram Salvador em maio <strong>de</strong> 1625. Após a expulsão dos holan<strong>de</strong>ses, o Rei da Espanha<br />
ofereceu con<strong>de</strong>corações aos que auxiliaram no livramento da cida<strong>de</strong> da Bahia, Pedro da Silva,<br />
Governador em exercício, recebeu o título <strong>de</strong> Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> São <strong>Lourenço</strong>; o comandante Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Banholo recebeu uma comenda extraordinária na Itália, por fim, foram agraciados com<br />
con<strong>de</strong>corações <strong>de</strong> comendadores Luiz Barbalho Bezerra, D. Fernando <strong>de</strong> Londonha, Heitor <strong>de</strong> La<br />
Cache, Pedro Ca<strong>de</strong>na <strong>de</strong> Vilhassanti e <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong>. 43<br />
Uma informação importante sobre o <strong>de</strong>stino que teve <strong>Lourenço</strong>, após a primeira invasão dos<br />
Holan<strong>de</strong>ses à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador, po<strong>de</strong> ser constatada nas palavras <strong>de</strong> Afonso Costa:<br />
[...] segundo se infere <strong>de</strong> provisão ao seu respeito expedida, <strong>Lourenço</strong> estivera algum<br />
tempo em Portugal, ufano <strong>de</strong> vitórias, manutenido dos recursos financeiros que o<br />
abasteciam, e <strong>de</strong> lá, em 1637, se embarcou para a Bahia, numa caravela <strong>de</strong> socorro, com<br />
infantaria e munição, on<strong>de</strong>, tanto que chegou (no Brasil), agregando-se ao exército <strong>de</strong><br />
Pernambuco, alojado em Sergipe, se retirou com ele para a Bahia <strong>de</strong> Todos os Santos. 44<br />
A WIC manteve a estratégia <strong>de</strong> assediar o nor<strong>de</strong>ste do Brasil, em 1630 os batavos já tinham<br />
o controle da capitania <strong>de</strong> Pernambuco e tal façanha era comemorada nos Países Baixos, em 1631,<br />
um segundo reforço foi enviado por Madri para auxiliar as tropas do Brasil, <strong>de</strong>sta vez o comandante<br />
era o general D. Antonio Oquendo, mesmo assim a persistência dos holan<strong>de</strong>ses continuava às custas<br />
da vida <strong>de</strong> pessoas e muitos mantimentos.<br />
A terceira armada <strong>de</strong> socorro enviada ao Brasil chegou em 1635, sob o comando <strong>de</strong> D. Lope<br />
<strong>de</strong> Hoces, estava aparelhada com dois galeões espanhóis e quatro portugueses que resguardavam<br />
vinte e dois navios mercantes abarrotados <strong>de</strong> soldados e mantimentos necessários para a<br />
continuida<strong>de</strong> da peleja no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil. 45 Em uma carta escrita pelo Governador Pedro da<br />
Silva, a 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1638, nota-se a participação <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> no custeio da guerra contra os<br />
holan<strong>de</strong>ses que atacaram Salvador, nesta comunicação, o mandatário do Brasil ressaltava o cuidado<br />
que Pedro Ca<strong>de</strong>na <strong>de</strong> Vilhassanti teve para com os mantimentos da guerra e dos empréstimos que<br />
fizeram o Bispo D. Pedro da Silva Sampaio e <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> para a Restauração <strong>de</strong><br />
Pernambuco. 46<br />
Ao perceber o perigo <strong>de</strong> uma segunda invasão da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador pelo exército<br />
43<br />
SILVA, Ignácio Accioli <strong>de</strong> Cerqueira e. Memórias históricas e políticas da província da Bahia. Tomo I, Bahia:<br />
Typographia do Correio Mercantil <strong>de</strong> Precourt, 1835, p. 100.<br />
44<br />
op.COSTA, Afonso. Baianos <strong>de</strong> Antanho (Biografias), RIHGB, 1955, p.306. Este trecho é a única referencia que<br />
encontrei, até o momento, que menciona a passagem <strong>de</strong> <strong>Lourenço</strong> <strong>de</strong> <strong>Brito</strong> <strong>Correa</strong> pela Europa e seu retorno para o<br />
Brasil como um dos tripulantes da Armada <strong>de</strong> socorro li<strong>de</strong>rada pelo Con<strong>de</strong> da Torre, todavia, Afonso Costa não <strong>de</strong>ixou<br />
informações sobre a tal provisão expedida, nem indicou a data da mesma. Pedro Calmon atesta sua presença na Bahia<br />
em 1638 e seu protagonismo na <strong>de</strong>fesa da cida<strong>de</strong> sitiada pelas tropas <strong>de</strong> Mauricio <strong>de</strong> Nassau, ver: op. cit. CALMON,<br />
Pedro. História do Brasil, Vol.2 (sec XVI-XVII). p. 617; 619.<br />
45<br />
Op.cit. LENK, Wolfgang. Guerra e pacto colonial: exército, fiscalida<strong>de</strong> e administração da Bahia (1624-1654).<br />
2009, p 124;<br />
46<br />
Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), fundo Luiza da Fonseca (LF), CX: (inexistente), Doc: 811. Ver também: AHU,<br />
LF, Cx.7, Doc. 799, 12/06/1638<br />
25