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Roma e as sociedades - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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participam <strong>da</strong> vitória divina no combate pelo restabelecimento <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m mundial e pela <strong>de</strong>rrota<strong>da</strong> do mal no<br />

mundo. Eles seriam reconhecidos como povo <strong>de</strong> Deus pela coragem em enfrentar a morte.(31) Diante <strong>de</strong> um<br />

mundo entregue ao Dragão e mergulhado no caos, não há alternativa senão se entregar à morte. Ela é,<br />

afinal, a porta que o fiel precisa trilhar para ver aquilo que naquele momento apen<strong>as</strong> por revelação se era<br />

<strong>da</strong>do ver. Para vencer era preciso escapar não só do Dragão, m<strong>as</strong> <strong>de</strong>ste mundo também.(32)<br />

NOTAS:<br />

(1) Este texto é fruto <strong>de</strong> pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> no interior do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciênci<strong>as</strong> <strong>da</strong><br />

Religião <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Nogueira.<br />

(2) PEIXOTO, Wester Clay. Resistir pela reapropriação dos símbolos, p. 42.<br />

(3) Segundo Peixoto, “os encontros históricos <strong>de</strong> relacionamento intercultural nunca conservam intacta uma<br />

cultura apen<strong>as</strong>, como também não erradicam totalmente a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um povo”. Cf. PEIXOTO, Wester<br />

Clay. Resistir pela reapropriação dos símbolos, p. 54.<br />

(4) Neste sentido, o termo transformação expressa bem a interação <strong>de</strong> forç<strong>as</strong> entre caus<strong>as</strong> sociais e textos<br />

construídos, geralmente <strong>de</strong> forma circular. Cf. THOMPSON, Leonard. A sociological analysis of tribulation in<br />

the Apocalypse of John, p. 164.<br />

(5) ADRIANO FILHO, José. O Apocalipse <strong>de</strong> João como relato <strong>de</strong> uma experiência visionária, p. 7;<br />

ADRIANO FILHO, José. Babilônia e Nova Jerusalém, p. 33-39.<br />

(6) THOMPSON, Leonard. A sociological analysis of tribulation in the Apocalypse of John, p. 159.<br />

(7) Segundo, Nogueira, o visionário escreve para <strong>de</strong>sm<strong>as</strong>carar esta visão encantadora com a perspectiva <strong>da</strong><br />

besta que oprime e mata. Para isso, o livro a anuncia como aquela “que reduz tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em escrav<strong>as</strong><br />

e monopoliza o acesso ao alimento e bens <strong>de</strong> primeira necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> controlando o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> comprar e<br />

ven<strong>de</strong>r”. Cf. NOGUEIRA, Paulo Augusto <strong>de</strong> Souza. Cativeiro e compromisso no Apocalipse, p. 74.<br />

(8) THOMPSON, Leonard. A sociological analysis of tribulation in the Apocalypse of John, p. 162.<br />

(9) COLLINS, A<strong>de</strong>la Y. The combat myth in the Book of Revelation, p. 129. Segundo Nogueira, “ain<strong>da</strong> que<br />

não possa ser <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência literária, o Apocalipse <strong>de</strong> João respira o mesmo ódio a <strong>Roma</strong> do<br />

Livro 5 dos Oráculos Sibilinos, [...], principalmente na tradição <strong>da</strong> que<strong>da</strong> <strong>de</strong> Babilônia/<strong>Roma</strong>, na <strong>de</strong>scrição do<br />

opositor escatológico como Nerus ridivivus e na expectativa <strong>de</strong> inversão escatológica entre <strong>Roma</strong> e o mundo<br />

oriental”. Cf. NOGUEIRA, Paulo Augusto <strong>de</strong> Souza. Experiência religiosa e crítica social no cristianismo<br />

primitivo, p. 153, nota 22.<br />

(10) PRIGENT, P. O Apocalipse. In: COTHENET, E., et. al. Os escritos <strong>de</strong> São João e a Epístola aos<br />

Hebreus, p. 255.<br />

(11) MESTER, Carlos; OROFINO, Francisco. Apocalipse <strong>de</strong> São João, p. 252.<br />

(12) Talvez haja nos mártires Ap 6.11 uma referência às perseguições do tempo <strong>de</strong> Nero, um Imperador que,<br />

segundo A<strong>de</strong>la Collins, tem uma função simbólica singular na estrutura do Apocalipse, o que po<strong>de</strong>ria ser<br />

<strong>de</strong>monstrado pela forma como o visionário usa o mito do Nero redivivo. Cf. COLLINS, A<strong>de</strong>la Yarbro. The<br />

combat myth in the Book of Revelation, p. 183<br />

(13) Para Barr, esta é a mais radical inversão <strong>de</strong> valores do Apocalipse. Cf. BARR, David L. The Apocalypse<br />

<strong>as</strong> a symbolic transformation of the World: a literary analysis, p. 42. Segundo Malina, a i<strong>de</strong>ologia imperial<br />

valorizava a força, a violência e a mutilação, para produzir medo em vítim<strong>as</strong> p<strong>as</strong>siv<strong>as</strong>. Neste c<strong>as</strong>o, a inversão<br />

se <strong>da</strong>va na situação d<strong>as</strong> vítim<strong>as</strong>, que agora não têm mais medo. São vítim<strong>as</strong> ativ<strong>as</strong>. Cf. MALINA, Bruce J. O<br />

evangelho social <strong>de</strong> Jesus, p. 37.<br />

(14) WENGST, Klaus. Pax <strong>Roma</strong>na, p. 190.<br />

(15) FRIEDRICH, Nestor Paulo. Apocalipse 2-3, p. 159.<br />

(16) Neste sentido, Barr fala do po<strong>de</strong>r do Apocalipse para mostrar um novo mundo para cristãos em crise. Cf.<br />

BARR, David L. The Apocalypse <strong>as</strong> a symbolic transformation of the World, p. 40.<br />

(17) NOGUEIRA, Paulo Augusto <strong>de</strong> Souza. Experiência religiosa e crítica social no cristianismo primitivo, p.<br />

169. Também: “A linguagem apocalíptica cria seu próprio mundo, no qual formula sentido. Cria sentido<br />

rompendo com um sentido <strong>da</strong>do anteriormente”. Cf. NOGUEIRA, Paulo. Êxt<strong>as</strong>e visionário e culto no<br />

Apocalipse <strong>de</strong> João, p. 65.<br />

(18) Thompson ain<strong>da</strong> argumenta que <strong>de</strong>ntro do mundo do visionário, tribulação e sofrimento são elementos<br />

do evangelho <strong>de</strong> Jesus. Assim, crentes em Jesus que testemunham até a morte formam o ingrediente central

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