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Roma e as sociedades - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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Isto porque, segundo Norma Men<strong>de</strong>s, <strong>as</strong> relações <strong>de</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, prestígio e <strong>de</strong>cisão eram<br />

mantid<strong>as</strong> entre os romanos. Entretanto, observa-se que Sertório possuía uma política <strong>de</strong> distribuição d<strong>as</strong><br />

mais variad<strong>as</strong> recompens<strong>as</strong> aos melhores, o que caracterizava um controle através <strong>de</strong> mecanismos<br />

i<strong>de</strong>ológicos, dispensando, em muitos c<strong>as</strong>os, o uso <strong>da</strong> força coercitiva.<br />

Conclusão<br />

Portanto, po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar Sertório como um elemento difusor <strong>da</strong> romanização <strong>de</strong> modo<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> su<strong>as</strong> reais ambições. Isto porque ele primou pela negociação e pela interação cultural,<br />

dispensando, em maior ou menor medid<strong>as</strong>, batalh<strong>as</strong> muito sangrent<strong>as</strong>, já que ele configura um dos primeiros<br />

militares romanos que tentou se aliar com os hispanos, ain<strong>da</strong> que su<strong>as</strong> caus<strong>as</strong> não fossem <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong>,<br />

<strong>as</strong>sim como os seus interesses. Além disso, instituiu diversos mecanismos i<strong>de</strong>ológicos e implementou alguns<br />

usos e costumes <strong>da</strong> civilização romana, presentes em prátic<strong>as</strong> como a própria a criação <strong>de</strong> uma escola em<br />

Huesca em 80 a. C. para os filhos e personagens mais distintos do mundo indígena. Ressalto, no entanto,<br />

que o processo <strong>de</strong> romanização foi extremamente diversificado e, por conseguinte, <strong>de</strong>tentor dos mais<br />

variados graus <strong>de</strong> sincretismo, além <strong>de</strong> compor um processo dialético <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong>, no qual a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

domina<strong>da</strong> adotou nov<strong>as</strong> idéi<strong>as</strong> e <strong>as</strong> utilizou <strong>de</strong> diferentes form<strong>as</strong> <strong>de</strong> acordo com seus interesses e reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

implicando em alterações n<strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> roman<strong>as</strong> e indígen<strong>as</strong>(MENDES, N. M., 2001. p.p.: 310 – 331).<br />

Bibliografia<br />

ALFÖLDY, Géza. “A crise social <strong>da</strong> república e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> romana” in: A História Social <strong>de</strong> <strong>Roma</strong>. Lisboa:<br />

Editorial Presença, 1989.<br />

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CARDOSO, C. F. S. “A SEMIÓTICA TEXTUAL E A BUSCA DO SENTIDO”, In: Narrativa, Sentido e História.<br />

SP, Papirus, 1997<br />

_________________ “NARRATIVA, SENTIDO E HISTÓRIA”, In: Narrativa, Sentido e História. SP, Papirus,<br />

1997<br />

MENDES, N. M; BUSTAMANTE, R. M. C; DAVIDSON, J. “A experiênca imperialista romana: teori<strong>as</strong> e<br />

prátic<strong>as</strong>” in: Tempo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, nº 18, p.p.: 17- 41.<br />

______________ “<strong>Roma</strong>nização: cultura imperial”. In: PHOÎNIX, Sette Letr<strong>as</strong>, 1999: 307-325.<br />

______________ “<strong>Roma</strong>nização, navegação e comércio no litoral do Algarve” in: Phoînix 2001, Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: 7 letr<strong>as</strong>, 2001. p.p.: 311 – 330.<br />

SAHLINS, Marshall. Ilh<strong>as</strong> <strong>de</strong> História. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.<br />

Ver “Gobierno <strong>de</strong> Sertorio en Hispania em:<br />

http://www.artehistoria.com/frames.htm?http://www.artehistoria.com/historia/contextos/646.htm. Data <strong>da</strong><br />

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Ver “A <strong>Roma</strong>nização <strong>da</strong> Península Ibérica” em: http://www.iberolengu<strong>as</strong>.com/Mundo_luso/hist2_por.htm. Data<br />

<strong>da</strong> consulta: 09/2005.<br />

Ver “Guerra <strong>de</strong> Sertorio” em: http://www.geocities.com/Pentagon/8745/infanteria/gsertorio.htm. Data <strong>da</strong><br />

consulta: 09/2005.<br />

Ver “Mario Cayo” em:<br />

http://www.artehistoria.com/frames.htm?http://www.artehistoria.com/historia/contextos/646.htm. Data <strong>da</strong><br />

consulta: 09/2005.

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