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Roma e as sociedades - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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CIL,IV,275<br />

C CVSPIVM PANSAM AED(..)SATVRNINVS CVM DISCENTES ROGAT.<br />

Saturnino e seus discípulos recomen<strong>da</strong>m Gauis Cuspius Pansa para Edil<br />

CIL,IV,710<br />

C CVSPIVM PANSA AED AVRLIFECES VNIVERSI ROG.<br />

Todos os ouríveres recomen<strong>da</strong>m Gaius Cuspius Pans<strong>as</strong> para Edil.<br />

O ourives nos remete a riqueza circulante <strong>de</strong> Pompéia na forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> partilha<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />

ocupação <strong>de</strong> uma região comum que coexiste com categori<strong>as</strong> sociais distint<strong>as</strong>, porém contribui para a<br />

formação <strong>de</strong> um espaço i<strong>de</strong>ntitário pelo uso do luxo e <strong>da</strong> riqueza <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seus habitantes.<br />

Segundo, Tito Lívio, o estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> luxuoso chegou aos romanos através <strong>de</strong> seus contatos com a<br />

Ásia cuja riqueza do Oriente parece tê-los seduzido, foram introduzidos leitos ornamentados <strong>de</strong> bronze,<br />

tapetes requintados, tecidos finos, cômod<strong>as</strong> <strong>de</strong> acentua<strong>da</strong> elegância. Acrescid<strong>as</strong> d<strong>as</strong> suntuos<strong>as</strong> fest<strong>as</strong> e<br />

banquetes com a presença <strong>de</strong> filósofos, <strong>da</strong>nçarin<strong>as</strong>, flautist<strong>as</strong>, cantores entre outros.(Tito Lívio:XXXIX:6,7-8).<br />

). Esten<strong>de</strong>mos <strong>as</strong> consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Tito Lívio para Pompéia pois a riqueza e o luxo tornaram-se fator<br />

i<strong>de</strong>ntitário <strong>da</strong> colônia romana como nos aponta <strong>as</strong> residênci<strong>as</strong> <strong>de</strong>corad<strong>as</strong> com acentuado requinte.<br />

Segundo, Marc Augé, conjugando o espaço i<strong>de</strong>ntitário com o relacional, o lugar antropológico torn<strong>as</strong>e<br />

necessariamente espaço histórico, isto porque aqueles que viviam em Pompéia construíram a<br />

especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> do lugar e su<strong>as</strong> relações, cabendo a nós, pesquisadores, através <strong>de</strong> seus vestígios construir<br />

uma explicação histórica possível, como a relação <strong>de</strong> troc<strong>as</strong> entre Pompéia com <strong>Roma</strong>, através d<strong>as</strong> pintur<strong>as</strong><br />

parietais <strong>de</strong>linear os cultos e ritos executados na região.<br />

No c<strong>as</strong>o, <strong>de</strong>vemos selecionar autores que tiveram a região <strong>de</strong> Pompéia como objeto <strong>de</strong> pesquisa,<br />

estabelecer um diálogo <strong>da</strong> História com <strong>as</strong> recentes <strong>de</strong>scobert<strong>as</strong> proveniente <strong>da</strong> Arqueologia visando<br />

construir o estado atual <strong>da</strong> pesquisa. O espaço histórico <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Pompéia sucumbi<strong>da</strong> pela erupção do<br />

vulcão Vesúvio <strong>de</strong>ixou indícios e vestígios <strong>de</strong> sua existência, principalmente, através <strong>de</strong> su<strong>as</strong> inscrições<br />

parietais.<br />

NOTAS:<br />

(1) Este curso sobre Imagem e História foi ministrado na <strong>UERJ</strong>/Departamento <strong>de</strong> história, integra <strong>as</strong><br />

<strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> grega e romana e cabe aos professores <strong>de</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver temátic<strong>as</strong> que aten<strong>da</strong> <strong>as</strong><br />

du<strong>as</strong> <strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong>.<br />

(2) Dr. Pedro Paulo Funari, professor <strong>da</strong> UNICAMP e autor do livro Cultura Popular na Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Clássica. São Paulo: Contexto,1996, pp.63-64, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> retiramos a imagem,, objeto <strong>de</strong> nossa análise.<br />

(3) Estamos utilizando a tradução feita pelo Prof. P.P. Funari<br />

(4) Aplicamos alguns dos conceitos teórico <strong>de</strong> Marc Augé. presentes no livro intitulado <strong>de</strong> Não-Lugar:<br />

Introdução a uma antropologia <strong>da</strong> supermo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>.São Paulo: Papirus,1994, pp.51-56. Lugar<br />

antropológico <strong>de</strong>fine-se por ser geométrico, relacional, i<strong>de</strong>ntitário e histórico.<br />

(5) Função <strong>da</strong> ancoragem ver Martine Joly, Introdução à Análise <strong>da</strong> Imagem. São Paulo:Papirus,1996,<br />

p.109. Devemos acrescentar que a autora <strong>de</strong>senvolve a sua abor<strong>da</strong>gem semiótica em diálogo com Roland<br />

Barthes e A J. Greim<strong>as</strong>.<br />

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