sua morte. O prece<strong>de</strong>nte, porém, foi aberto pelo próprio Augusto, que construiu o templo para seu pai adotivo, Divus Iulus¸ no Forum romano, mais ou menos on<strong>de</strong> a multidão fizera-lhe a pira funerária em março <strong>de</strong> 44 AC, imediatamente após seu <strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinato. Cerca <strong>de</strong> 60 anos <strong>de</strong>pois, o próprio Augusto era <strong>de</strong>ificado por seu sucessor Tibério e pelo Senado do tempo, e seu templo foi construído no Forum. A partir <strong>da</strong>í, e até Marco Aurélio, qu<strong>as</strong>e todos os Diui tiveram templos, alguns <strong>de</strong> proporções gigantesc<strong>as</strong>. As antig<strong>as</strong> divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porém, não foram esquecid<strong>as</strong>, e seus templos tiveram sempre manutenção, m<strong>as</strong> muit<strong>as</strong> d<strong>as</strong> construções que não eram <strong>de</strong>dicad<strong>as</strong> aos imperadores o eram para divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s estrangeir<strong>as</strong>, ou inovador<strong>as</strong> a seu modo (16) . Certamente a tradição romana <strong>de</strong> inovação constante era manti<strong>da</strong>. A escala e a magnificência dos novos templos expressavam a gran<strong>de</strong>za <strong>da</strong> capital do Império, m<strong>as</strong> a antiga abertura e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> ser vista em construções como o Panteão – que ain<strong>da</strong> está <strong>de</strong> pé, como reconstruído por Adriano – ou o imenso templo <strong>de</strong>dicado a Vênus e <strong>Roma</strong>, que era inovador tanto em sua estrutura como na idéia <strong>da</strong> <strong>de</strong>usa <strong>Roma</strong> na própria <strong>Roma</strong>. É possível, então, apresentar exemplos <strong>de</strong> inovações rituais em todos os períodos <strong>da</strong> história romana, buscando o significado <strong>de</strong>sta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> no contexto <strong>da</strong> religião. NOTAS: (1) Segundo os relatos tradicionais, Tarquínio foi o quinto rei <strong>de</strong> <strong>Roma</strong>, convencionalmente entre 616-579 AC. (2)Cf. Dionísio <strong>de</strong> Halicarn<strong>as</strong>so. <strong>Roma</strong>n Antiquities. 4.62. (3) Sobre Tarqüínio, ver o verbete “Tarquin” no Oxford Cl<strong>as</strong>sical Dictionary, 1996, 1475. (4) Este documento é <strong>da</strong>tado <strong>de</strong> 289 DC, se a seção é proveniente <strong>de</strong> um <strong>de</strong>creto d<strong>as</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cumae, que o enviaram ao colégio em <strong>Roma</strong>, para aprovação. (5) BEARD, M., NORTH, J.A., PRICE, S.R.F. Religions of Rome, Vol. I, 32-5. (6) Plataforma no Forum <strong>de</strong> on<strong>de</strong> os oradores discursavam. (7) T. Lívio. I, 18, 6-10. (8) Tito Lívio. V, 22 (9) BAYET, J. Histoire politique et psychologique <strong>de</strong> la religion romaine, p. 122. (10) BEARD, M., NORTH, J.A., PRICE, S.R.F. Religions of Rome. Vol. I, pp. 121-5. (11) BEARD, M., NORTH, J.A., PRICE, S.R.F. Religions of Rome, Vol. I, pp. 189-91; 199-201; II, 4.2. (12) Cícero, De domo sua, 136, aponta du<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões em que tentativ<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação foram cancelad<strong>as</strong> pelos pontifices, com b<strong>as</strong>e em que não foram aprovad<strong>as</strong> pela <strong>as</strong>sembléia, o conflito em torno <strong>da</strong> c<strong>as</strong>a <strong>de</strong> Cícero é <strong>da</strong> mesma categoria <strong>de</strong> problem<strong>as</strong>. (13) Sobre os procedimentos, ver Orlin, E. Temples, religion and politics in the <strong>Roma</strong>n Republic. Lei<strong>de</strong>n and New York, 1997. (14) Horácio, O<strong>de</strong>, 3.6. (15) Res gestae, 20.4. (16) O culto estrangeiro mais visível foi o <strong>de</strong>dicado ao Isis e Serapis, no Campo <strong>de</strong> Marte. Bibliografia. BEARD, M. “Priesthood in the <strong>Roma</strong>n Republic”. In: BEARD, M. & NORTH, J. A. (ed.) Pagan Priests. London: Routledge and Kegan Paul, 1990, pp. 17-48. BEARD, M., NORTH, J.A., PRICE, S.R.F. Religions of Rome. Vol 1. Cambridge: Cambridge University Press, 1988. BEARD. M; CRAWFORD, M. Rome in the Late Republic. Problems and Interpretations. New York, Ithaca: Cornell University Press, 1985 BICKERMAN, E.J. “Consecratio”. In: Le culte <strong>de</strong>s souverains <strong>da</strong>ns l’Empire romain. Foun<strong>da</strong>tion Hardt, Entretiens 19 (1973), Vandoueuvres-Geneva: 3-25 BURKERT, W. Ancient Mistery Cults. Cambridge, MA and London, 1987 ELSNER, P.T. “Cult and Sacrifice: sacrifice in the Ara Pacis Augustae”. JRS 81 (1991): 50-61. GORDON, R. “The <strong>Roma</strong>n Empire”. In: BEARD & NORTH, 1990: 177-255 GRUEN, E. S. “Studies in Greek Culture and <strong>Roma</strong>n Policy”. Cincinnati Cl<strong>as</strong>sical Studies, 7 (1990). Lei<strong>de</strong>n: 34-78 LINDERSKI, J. “The Augural Law”, ANRW II, 16.3: 2146-312. 19
NORTH, J. A. “Religious Toleration in Republican Rome”. PCPS – Proceedings of Cambridge Philological Society, 25 (1979): 85-103 Orlin, E. Temples, religion and politics in the <strong>Roma</strong>n Republic. Lei<strong>de</strong>n and New York, 1997. PRICE, S.R.F Rituals and Power: the <strong>Roma</strong>n Imperial Cult in Asia Minor. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. PRICE, S.R.F. “From noble funerals to divine cult: the consecration of <strong>Roma</strong>n Emperors”. In: CANNADINE, D.. & PRICE, S.R.F. Rituals of Royalty: Power and Ceremonial in Traditional Societies. Cambridge: Cambridge University Press, 1987, 56-105. SCULLARD, H. H. Festivals and Ceremonies of the <strong>Roma</strong>n Republic. London: Clarendon Press, 1981. TORELLI, M. Tipology and Structure of <strong>Roma</strong>n Historical Reliefs. Ann Arbor, 1982. WISEMAN, T.P. “Cybele, Virgil and Augustus”, Poetry and Politics in the Age of Augustus. T. Woodman and D. West (ed.). Cambridge: Cambridge University Press, 117-28 20
- Page 2 and 3: MARIA REGINA CANDIDO (org.) 1 ISBN:
- Page 4 and 5: Apresentação O Núcleo de Estudos
- Page 6 and 7: de forma contínua sobre todas as e
- Page 8 and 9: NOTAS (1) Historiador e político g
- Page 10 and 11: IMPERIALISMO E ROMANIZAÇÃO: BRIT
- Page 12 and 13: Imagem 1 Fonte: British History Onl
- Page 14 and 15: Imagem 6 Imagem 7 Imagem 6: Fonte:
- Page 16 and 17: ARTE, RELIGIÃO E PODER NA ROMA ANT
- Page 18 and 19: Capitólio. E, mais importante aind
- Page 22 and 23: NAS ARENAS DA HISTÓRIA: A IMAGEM D
- Page 24 and 25: sucessos obtidos durante suas expos
- Page 26 and 27: BÉRARD, C.. Iconographie, Iconolog
- Page 28 and 29: Diocleciano, proclamado imperador p
- Page 30 and 31: XIX. Ele disse, porém, que duvidou
- Page 32 and 33: O papel que as hierofanias tinham n
- Page 34 and 35: O sympósion privado é uma parte t
- Page 36 and 37: neste assunto como em muitos outros
- Page 38 and 39: de que grupo não faz parte. Contud
- Page 40 and 41: tomando, para si, partes de seu cor
- Page 42 and 43: CANDIDO, Maria Regina. Katádesmos:
- Page 44 and 45: Exemplo disso foi o que consideramo
- Page 46 and 47: vinhos e objetos manufaturados de t
- Page 48 and 49: A causa para essas tensões podia s
- Page 50 and 51: que fosse digno deles. 16 e confiav
- Page 52 and 53: A ESCRAVIDÃO RURAL ROMANA NO RERUM
- Page 54 and 55: trabalho e os tornam mais diligente
- Page 56 and 57: AS MOEDAS DE SAFO ROMANAS: ENTRE A
- Page 58 and 59: Flávia Nicomachus e Sextus (Nicoma
- Page 60 and 61: GERMANOS: O RAGNARÖK(1) DO IMPÉRI
- Page 62 and 63: cima tanto dos gigantes quanto de L
- Page 64 and 65: das tribos germânicas) para atingi
- Page 66 and 67: 65 O LÚDICO NO GRAFITE DE POMPÉIA
- Page 68 and 69: gladiadores livres ou escravos, e/o
- Page 70 and 71:
69 OS LENÇOS BRANCOS QUE NÃO ACEN
- Page 72 and 73:
Faz mais de vinte e cinco anos que
- Page 74 and 75:
LACOUE-LABARTHE, Philippe. L’ imi
- Page 76 and 77:
colonos e nativos. Para que sua aut
- Page 78 and 79:
O TEMPLO DE VESTA E A IDÉIA ROMANA
- Page 80 and 81:
sempre curvilíneas faceadas por pl
- Page 82 and 83:
(3) Referimo-nos, aqui, às ordens
- Page 84 and 85:
principalmente retórica, ou a arte
- Page 86 and 87:
levar ao regresso ao infinito, à c
- Page 88 and 89:
87 A POLÍTICA ROMANA NAS RELAÇÕE
- Page 90 and 91:
Detalhe lateral do monumento funer
- Page 92 and 93:
A amizade sempre fez parte da hist
- Page 94 and 95:
O CAMPO RELIGIOSO: UMA REFLEXÃO EM
- Page 96 and 97:
Orígenes defendia a impossibilidad
- Page 98 and 99:
O CRISTIANISMO NO IMPÉRIO ROMANO A
- Page 100 and 101:
A narrativa também inverte a persp
- Page 102 and 103:
101 na proclamação cristã no Apo
- Page 104 and 105:
103 PAGELS, Elaine. As origens de s
- Page 106 and 107:
105 partidários dos populares e, p
- Page 108 and 109:
107 Isto porque, segundo Norma Mend
- Page 110 and 111:
109 Não tão diferentemente dos gr
- Page 112 and 113:
111 conseguir o voto de uma assembl
- Page 114 and 115:
Índice 3 APRESENTAÇÃO Maria Regi