Roma e as sociedades - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ
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partidários dos populares e, por conseguinte, <strong>de</strong> Mario e, por outro lado, os partidários dos optimates, logo,<br />
<strong>de</strong> Sula.<br />
Após inúmeros inci<strong>de</strong>ntes, em 88 a. C., Sula é eleito cônsul, o que fez com que Mario se dirigisse<br />
para África, exprimindo um aparente triunfo do Senado contra a Assembléia.<br />
Os partidários do grupo popular partiram, então, para a Hispania, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 81 a. C. Quintos<br />
Sertório se converteu em um pólo <strong>de</strong> atração a tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> forç<strong>as</strong> avess<strong>as</strong> a Sula. Sertório foi um militar romano<br />
que participou <strong>da</strong> guerra civil, <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>mente n<strong>as</strong> campanh<strong>as</strong> contra povos <strong>da</strong> Gália impulsiona<strong>da</strong> por<br />
Mario. Em 83 a. C. foi <strong>de</strong>signado governador <strong>da</strong> Hispania Citerior. Entretanto, Sula, que <strong>as</strong>sumira o po<strong>de</strong>r no<br />
mesmo ano, <strong>de</strong>stituiu-lhe e nomeou para seu posto um outro governador que nunca chegou a ocupar o<br />
cargo, Lépido.<br />
O contra-governo <strong>de</strong> Sertório foi alvo que intensos conflitos merecedores <strong>de</strong> plena atenção do corpo<br />
senatorial, já que a província era <strong>de</strong>tentora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância política, econômica, simbólica, entre<br />
outros, para <strong>Roma</strong>. E, ain<strong>da</strong>, Sertório foi nota<strong>da</strong>mente o primeiro governador romano que se empenhou em<br />
alcançar um convívio harmonioso, tanto com os lusitanos quanto com os celtiberos, buscando uma certa<br />
colaboração entre nativos e romanos. O reflexo <strong>de</strong>sta postura foi a formação <strong>de</strong> um grandioso exército a favor<br />
<strong>de</strong> seus princípios. Observa-se que tal convívio com os nativos lusitanos e celtiberos se <strong>de</strong>u graç<strong>as</strong><br />
campanha <strong>de</strong> Mario em Numantia, que proporcionou a este último o tribunato <strong>da</strong> plebe aos trinta anos e,<br />
subseqüentemente, sua eleição para pretor <strong>da</strong> Hispania Ulterior, o que fez <strong>da</strong> Lusitânia um <strong>de</strong>stacado foco <strong>de</strong><br />
resistência ao ditador do momento.<br />
O receoso Senado e Sula, então, enviam dois coman<strong>da</strong>ntes à região, Metelo Pio (<strong>de</strong>signado novo<br />
pró-cônsul <strong>da</strong> Hispania Ulterior) e Pompeu (a<strong>de</strong>pto aos conservadores, fazendo questão, portanto, do posto<br />
<strong>de</strong> pró-cônsul <strong>da</strong> Hispânia, a fim <strong>de</strong> promover frente a Sertório, o último seguidor ain<strong>da</strong> ativo <strong>de</strong> Mario) .<br />
Assim, por volta <strong>de</strong> 75 a. C, Pompeu elaborou uma ampla manobra, a qual envolvia o norte, a costa<br />
oriental e Cartagema. Deixando situados, por um lado, Sertório em Rioja, Hirtuleio em Lusitânia e, por outro,<br />
Metelo em Córdoba e Pompeu em Catalunha. Dito <strong>de</strong> outra forma, situou em locais estratégicos aqueles que<br />
combatiam a favor <strong>de</strong> Sula e do Senado. Além disso, <strong>de</strong>staca-se que qualitativamente o exército <strong>de</strong> Pompeu<br />
era superior, já que possuía um treinamento bélico mais elaborado.<br />
Dessa maneira, a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar Metelo e a morte <strong>de</strong> Hirtuleio no território <strong>da</strong><br />
Lusitania, pel<strong>as</strong> mãos <strong>de</strong> Metelo, <strong>de</strong>sanimara às trop<strong>as</strong> <strong>de</strong> Sertório, dispersando-<strong>as</strong>. Consequentemente, ao<br />
fim <strong>da</strong> campanha <strong>de</strong>ste ano, 74 a. C, a situação era crítica: a Celtibéria domina<strong>da</strong> pelos romanos, a Hispania<br />
Ulterior ameaça<strong>da</strong> e a costa vigia<strong>da</strong> por Marco Antonio. E, ain<strong>da</strong>, Metelo na Bética e Pompeu na Gália<br />
preparavam a conquista.<br />
Então, em 73 a. C. Sertório per<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Celtibéria e se refugia no Vale do Ebro. Um profundo<br />
<strong>de</strong>scontentamento toma conta do exército, principalmente entre os sol<strong>da</strong>dos romanos. Com este corpo<br />
<strong>de</strong>sfeito, abandonado pelos iberos e traído pelos romanos, Sertório foi morto durante um jantar por uma<br />
conjuração li<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por um <strong>de</strong> seus militares, Perpena(i<strong>de</strong>m).<br />
Análise d<strong>as</strong> Fontes<br />
Quinto Sertório é <strong>de</strong>scrito por Plutarco como um forte elemento difusor <strong>da</strong> romanização no território<br />
<strong>da</strong> Hispania Citerior e como um gran<strong>de</strong> patriota que reproduzia e enaltecia <strong>as</strong> virtu<strong>de</strong>s e prátic<strong>as</strong> <strong>da</strong><br />
República <strong>Roma</strong>na.<br />
Assim, percebe-se que Sertório, <strong>de</strong> acordo com Plutarco, realizou uma série <strong>de</strong> medid<strong>as</strong> que <strong>de</strong>ram<br />
conta perfeitamente <strong>de</strong>stes processos. Medid<strong>as</strong> est<strong>as</strong> que iam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> alterações n<strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> <strong>de</strong> governo e<br />
na formação do exército a gestos simples, aos olhos dos nativos, no entanto, repletos <strong>de</strong> uma profun<strong>da</strong> carga<br />
i<strong>de</strong>ológica como o uso <strong>de</strong> bul<strong>as</strong> roman<strong>as</strong>: Admirado por estos hechos, Sertorio era también querido por los<br />
bárbaros. Outra razón era el haber cambiado el estilo furioso y salvaje <strong>de</strong> ellos por una formación arma<strong>da</strong> y<br />
organiza<strong>da</strong> a semejanza <strong>de</strong> la romana, pues hizo un potente ejército <strong>de</strong> lo que era un <strong>de</strong>spliegue <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
cuadrill<strong>as</strong> <strong>de</strong> bandoleros. Más aún, <strong>de</strong>sinteresa<strong>da</strong>mente, adornaba sus morriones con oro y plata, hacía pintar<br />
<strong>de</strong> colores sus escudos, les enseñaba a servirse <strong>de</strong> clámi<strong>de</strong>s y túnic<strong>as</strong> vistos<strong>as</strong>; y, cui<strong>da</strong>ndo est<strong>as</strong> cos<strong>as</strong><br />
extern<strong>as</strong>, los mantenía adictos (LARA, M. 1986. p.p.: 50). As bul<strong>as</strong> roman<strong>as</strong> eram pequen<strong>as</strong> jói<strong>as</strong> usad<strong>as</strong> em<br />
volta do pescoço, <strong>as</strong> quais continham uma espécie <strong>de</strong> amuleto, símbolo <strong>de</strong> proteção. As menin<strong>as</strong> <strong>as</strong><br />
carregavam até o dia do c<strong>as</strong>amento, enquanto os meninos até o dia em que se tornavam ci<strong>da</strong>dãos.