103 PAGELS, Elaine. As origens <strong>de</strong> satanás: um estudo sobre o po<strong>de</strong>r que <strong>as</strong> forç<strong>as</strong> irracionais exercem na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Tradução: Ruy Jungmann. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ediouro, 1996. 272 p. PEIXOTO, Wester Clay. Resistir pela reapropriação dos símbolos. In: <strong>Estudos</strong> Bíblicos, 61, p. 38-47, 1999. PRIGENT, P. O Apocalipse. In: COTHENET, E., et. al. Os escritos <strong>de</strong> São João e a Epístola aos Hebreus. Tradução: M. Cecília <strong>de</strong> M. Duprat. São Paulo: Paulin<strong>as</strong>, p. 229-306, 1998. SCHREINER, J.; DAUTZENBERG, G. Forma e exigênci<strong>as</strong> do Novo Testamento. Tradução: Benôni Lemos. São Paulo: Paulin<strong>as</strong>, 1977. 574 p. SUMNEY, Jerry L. The Dragon h<strong>as</strong> been <strong>de</strong>feated – Revelation 12. In: Review and Expositor, 98, p. 103-115, 2001. THOMPSON, Leonard. A sociological analysis of tribulation in the Apocalypse of John. In: Semeia, 36, p. 147- 174, 1986. WENGST, Klaus. Pax romana: pretensão e reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tradução: António M. <strong>da</strong> Torre. São Paulo: Paulin<strong>as</strong>, 1991. 224 p. WINK, Walter. A besta do Apocalipse: a cultura <strong>da</strong> violência. In: Concilium, 273, p. 84-92, 1997. WRIGHT, Rosemary Muir. Satanás e Anticristo – símbolos necessários. In: Concilium, 274, p. 70-80, 1998.
104 ESCOLAS DE ROMANIDADE: A EXPERIÊNCIA SERTORIANA Vanessa Vieira <strong>de</strong> Lima - UNIRIO O que é <strong>Roma</strong>nização? A romanização, em linh<strong>as</strong> gerais, efetuava-se quando do contato <strong>de</strong> vários códigos culturais distintos. Alguns autores, <strong>de</strong>ntre eles Norma Musco Men<strong>de</strong>s, a i<strong>de</strong>ntificam como a “cultura do imperialismo” romano. Caracteriza-se, <strong>de</strong>sta forma, em um longo e heterogêneo processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça, que engloba <strong>as</strong> idéi<strong>as</strong> <strong>de</strong> controle social e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, além d<strong>as</strong> mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong> sócio-econômic<strong>as</strong> e troc<strong>as</strong> culturais. Mu<strong>da</strong>nç<strong>as</strong> est<strong>as</strong> que estão centrad<strong>as</strong> na concepção <strong>de</strong> negociação e sincretismo, evi<strong>de</strong>nciando um processo bilateral, o qual envolve variados elementos, tanto romanos quanto nativos. Note-se que este fenômeno foi acompanhado, em certa medi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> resistência diversos, como, por exemplo, a própria Revolta <strong>de</strong> Sertório. Assim, a romanização trazia consigo tanto o pilar <strong>da</strong> ética civilizatória, quanto o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> “ser romano”. Isto significava a invenção <strong>de</strong> tradições e nov<strong>as</strong> imagens por parte <strong>da</strong> política imperialista, gerando um sentimento <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, fortalecendo, consequentemente, a idéia <strong>de</strong> Imperium Sine Fine ou protetorado mundial. Observa-se, no entanto, que não se percebe uma interrupção <strong>da</strong> cultura material nativa, estando ela, <strong>as</strong>sim como os romanos, sujeitos a troc<strong>as</strong>, resguar<strong>da</strong>ndo-se a alteri<strong>da</strong><strong>de</strong>.( MENDES, N. M. , 2001: 311-330) Ressalto que é justamente sobre essa dinâmica está centra<strong>da</strong> a escola <strong>de</strong> romani<strong>da</strong><strong>de</strong> em questão. O sentimento <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> pretendido contava com mecanismos que o express<strong>as</strong>sem, os quais po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados n<strong>as</strong> ampl<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> roman<strong>as</strong>, n<strong>as</strong> moed<strong>as</strong> que começaram a circular com maior vigor durante a dominação, nos costumes nos mais diversos níveis, n<strong>as</strong> alianç<strong>as</strong> polític<strong>as</strong>, na vi<strong>da</strong> religiosa, na organização administrativa, na organização dos espaços físicos – repletos <strong>de</strong> instituições roman<strong>as</strong> –, entre outros, on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>les convergia para o espaço urbano, que tentava direcionar a vi<strong>da</strong> publica e priva<strong>da</strong> sob os mol<strong>de</strong>s do “ser romano”. Tal direcionamento é percebido em nosso objeto <strong>de</strong> estudo, uma vez que a “escola”, segundo Plutarco, é construí<strong>da</strong> em um agrupamento urbano, Huesca. O porquê <strong>da</strong> Conjuração <strong>de</strong> Sertório A Conjuração <strong>de</strong> Sertório é vislumbra<strong>da</strong> como um processo que nos permite inferir como o contato entre romanos e nativos auxiliou na conquista <strong>de</strong> uma d<strong>as</strong> provínci<strong>as</strong> mais romanizad<strong>as</strong> <strong>de</strong> todo o Império. Logo, tal conjuração, ocorri<strong>da</strong> na Hispania, retrata um quadro conjuntural composto pel<strong>as</strong> intervenções polític<strong>as</strong> e econômic<strong>as</strong> na Península Ibérica, bem como <strong>as</strong> negociações i<strong>de</strong>ológic<strong>as</strong> e <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>mente o intercâmbio cultural existente entre os romanos e os povos nativos em meio a Guerra Civil. <strong>Roma</strong> e Hispania no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> Guerra Civil A compreensão do contexto <strong>da</strong> época, tanto em <strong>Roma</strong> quanto na Hispania, traz a luz sobre <strong>as</strong> posições <strong>as</strong>sumid<strong>as</strong> por Sertório. Os últimos anos <strong>da</strong> República, <strong>de</strong> acordo com Alföldy, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados como momentos <strong>de</strong> crise política e social(ALÖFLDY, Géza.1989. p.: 82.). Os conflitos <strong>de</strong>clarados são p<strong>as</strong>síveis <strong>de</strong> serem divididos em quatro tipos: <strong>as</strong> lut<strong>as</strong> dos escravos, <strong>as</strong> resistênci<strong>as</strong> dos habitantes d<strong>as</strong> provínci<strong>as</strong> contra o domínio romano, a luta dos itálicos contra <strong>Roma</strong> e os conflitos políticos entre os próprios ci<strong>da</strong>dãos <strong>da</strong> urbes(i<strong>de</strong>m). O embate geral culminou na Guerra Civil, apresentando lapsos <strong>de</strong> profun<strong>da</strong> periculosi<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>Roma</strong>, como, por exemplo, a Revolta <strong>de</strong> Spartacus e a Guerra contra Sertório na Hispania. Posto isso, centremos noss<strong>as</strong> análises n<strong>as</strong> divergênci<strong>as</strong> existentes ente Mário e Sula. Note-se que Mario se tornou partidário do grupo popular, sendo, então, a favor <strong>de</strong> reform<strong>as</strong> que viriam a beneficiar <strong>as</strong> m<strong>as</strong>s<strong>as</strong>. Sula, por sua vez, era partidário dos optimates, oferecendo resistência a tais reform<strong>as</strong> em <strong>de</strong>fesa d<strong>as</strong> oligarqui<strong>as</strong>. Observamos que Sula e <strong>as</strong> oligarqui<strong>as</strong> intuíam a concentração do po<strong>de</strong>r n<strong>as</strong> mãos do Senado e a limitação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> legislativa na Assembléia do Povo. Assim, o que se segue é uma gran<strong>de</strong> disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, repleta <strong>de</strong> tomad<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>Roma</strong> ora a favor <strong>de</strong> Mario ora <strong>de</strong> Sula. O mais relevante em meio a este contexto, contudo, foi a divisão <strong>de</strong> <strong>Roma</strong> entre os
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