o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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Uma das formas <strong>em</strong> que o <strong>mal</strong> acaba se concretizan<strong>do</strong> se dá pelas<br />
variadas ações que pod<strong>em</strong> ser produzidas a partir da capacidade <strong>do</strong>s agentes<br />
livres de as levar<strong>em</strong> a efeito. Esses acontecimentos são inevitáveis e compõ<strong>em</strong><br />
meios que tornam possível aos homens o desenvolvimento tanto de<br />
habilidades quanto de conhecimentos.<br />
O <strong>mal</strong> também se torna inevitável porque os seres cria<strong>do</strong>s são <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s<br />
de uma capacidade intrínseca de agir conforme suas livres escolhas. Algumas<br />
ações resultam de meros impulsos e desejos, enquanto outras advêm tanto na<br />
forma, como no t<strong>em</strong>po de sua execução, de intenções livres <strong>do</strong>s agentes. Em<br />
função disso, a ação escolhida pode não ser benéfica para o próprio agente e<br />
para outros. Um agente pode, por ex<strong>em</strong>plo, escolher algo que é mau por<br />
absoluta falta de conhecimento naquele momento sobre a extensão <strong>do</strong><br />
resulta<strong>do</strong> de sua escolha.<br />
Pod<strong>em</strong>os ver a seguir que os agentes livres são acometi<strong>do</strong>s de certa<br />
privação, conforme explica Swinburne:<br />
Agentes que têm consciência moral com poder e liberdade limita<strong>do</strong>s<br />
estarão sujeitos, <strong>em</strong> virtude de seu poder limita<strong>do</strong>, a influências não<br />
racionais, tentações de fazer algo que não é o b<strong>em</strong>. Portanto eles<br />
terão escolhas livres significativas no senti<strong>do</strong> de uma livre escolha<br />
que possa fazer diferença real nas coisas para o b<strong>em</strong> ou para o <strong>mal</strong><br />
A bondade de significantes escolhas livres, é, eu espero, evidente. 88<br />
Como os indivíduos estão sujeitos a influências e tentações provocadas<br />
pelos impulsos e desejos, o <strong>mal</strong> pode ser uma das conseqüências de um<br />
direito de escolha que é limita<strong>do</strong> pelo fato, por ex<strong>em</strong>plo, de o agente não<br />
conhecer toda extensão <strong>do</strong>s efeitos de suas ações.<br />
Para atender ao padrão assumi<strong>do</strong> de que Deus cria o melhor,<br />
Swinburne parte da idéia de que o melhor é que os agentes não conheçam de<br />
ant<strong>em</strong>ão toda a extensão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s das suas decisões. Para ele isso é um<br />
<strong>do</strong>s aspectos que mostra a excelência da criação, da<strong>do</strong> que efetiva a<br />
autonomia <strong>do</strong>s indivíduos, na medida <strong>em</strong> que eles terão que descortinar o<br />
significa<strong>do</strong> e o efeito de suas ações.<br />
88 “Agents who have moral awareness with limited power and free<strong>do</strong>m, will in virtue of their<br />
limited free<strong>do</strong>m be subject to non-rational influences, t<strong>em</strong>ptations to <strong>do</strong> other than the good.<br />
Hence they will have significant free choice in the sense of a free choice that can make real<br />
differences to things for good or ill. The goodness of significant free choice is, I hope, evident.”<br />
(SWINBURNE, R. The existence of God. 2004, p119).<br />
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