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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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Essas considerações r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> à conclusão de que o <strong>mal</strong> é algo<br />

inevitável no conjunto da criação. Entretanto, por ter Deus a capacidade de<br />

escolher o melhor, escolheu os menores <strong>mal</strong>es para que a criação funcionasse<br />

<strong>em</strong> direção ao seu fim, o b<strong>em</strong>, a perfeição.<br />

Segun<strong>do</strong> Leibniz, a imperfeita percepção <strong>do</strong> efeito <strong>do</strong> <strong>mal</strong> é algo que<br />

d<strong>em</strong>onstra como é pequena a capacidade <strong>do</strong>s indivíduos de conhecer a obra<br />

<strong>em</strong> seu conjunto. Assim ele expressa essa opinião:<br />

E assim como a porção da parte <strong>do</strong> universo que conhec<strong>em</strong>os se<br />

perde quase <strong>em</strong> nada comparada com o que nos é desconheci<strong>do</strong>, e<br />

que, não obstante, t<strong>em</strong>os motivo para admitir, e não sen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

<strong>mal</strong>es com que se pode objetar mais <strong>do</strong> que este quase nada, pode<br />

acontecer que to<strong>do</strong>s os <strong>mal</strong>es sejam quase nada, compara<strong>do</strong>s com<br />

os bens que se dão no universo. 27<br />

2.2.3. Deus pode permitir que o <strong>mal</strong> ocorra<br />

Uma teodicéia não pode aban<strong>do</strong>nar a idéia de que se deve justificar<br />

Deus frente à faticidade <strong>do</strong> <strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong> por ele cria<strong>do</strong>. Fica claro que não foi<br />

s<strong>em</strong> propósito que Leibniz cunhou o termo de mo<strong>do</strong> muito apropria<strong>do</strong>.<br />

Teodicéia provém <strong>do</strong> grego θεός - theós, "Deus", e δίκη - díkē, "justiça", e<br />

significa, literalmente, "justiça de Deus".<br />

Por isso a questão não se restringe somente a explicar as razões da<br />

orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong>, mas fundamentalmente se a idéia de um Deus onipotente,<br />

onisciente e perfeitamente bom, é compatível com a certeza das coisas más<br />

que acontec<strong>em</strong> neste mun<strong>do</strong> por Ele cria<strong>do</strong> e governa<strong>do</strong>.<br />

Atento ao <strong>probl<strong>em</strong>a</strong>, Leibniz aprofunda-se <strong>em</strong> <strong>do</strong>is pressupostos<br />

puramente metafísicos sobre os quais Deus estaria justifica<strong>do</strong> perante este<br />

fato. O primeiro é que Deus age <strong>em</strong> conformidade com a sua vontade, uma<br />

vontade que, no senti<strong>do</strong> de uma vontade moral, busca s<strong>em</strong>pre o melhor,<br />

<strong>em</strong>bora da maneira própria de sua divindade.<br />

Para explicar como se dá a vontade de Deus, ele aborda essa noção<br />

fazen<strong>do</strong> uma distinção, que permite concluir que o <strong>mal</strong> não nasce da vontade<br />

de Deus.<br />

27 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 19, p 75.<br />

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