o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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ajusta<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de crenças que lhe permita compreender e crer nas razões de<br />
sua vida e seu mun<strong>do</strong>.<br />
Com base nessa racionalidade, buscamos naturalmente o caminho da<br />
compreensão lógica <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>em</strong> que estamos inseri<strong>do</strong>s.<br />
Ao admitir isso, dev<strong>em</strong>os abrir nossa compreensão para o fato de que algumas<br />
coisas boas, ao se concretizar<strong>em</strong>, possivelmente, trarão <strong>em</strong> outra ponta<br />
conseqüências que não sejam igualmente boas.<br />
Em um espectro tão amplo e varia<strong>do</strong> de ações e seus efeitos, a linha de<br />
análise de Swinburne passa pela reivindicação de que alguns fatos, quan<strong>do</strong> se<br />
concretizam, pod<strong>em</strong>, por melhores que sejam, provocar alguma situação que<br />
não seja boa para outros.<br />
Isso pode acontecer justamente para não trazer uma contradição lógica<br />
nas ações executadas, por ex<strong>em</strong>plo, numa competição, quan<strong>do</strong> um time ganha<br />
e outro perde, naturalmente o resulta<strong>do</strong> será bom para um e ruim para o outro.<br />
Dessa forma, não haveria lógica se um indivíduo, ao realizar algo, obtivesse<br />
um resulta<strong>do</strong> que fosse ao mesmo t<strong>em</strong>po bom e ruim para ele.<br />
Portanto, Deus não poderia concorrer para coisas que sejam boas e<br />
ruins ao mesmo t<strong>em</strong>po. Igualmente, não pode impedir efeitos ruins, pois várias<br />
dessas situações são boas <strong>em</strong> razão de seu efeito oposto. Muitas dessas<br />
situações favoráveis a alguém depend<strong>em</strong> de possibilidades antagônicas para<br />
que sua realização se concretize como boa. Por um b<strong>em</strong> maior, dev<strong>em</strong>os<br />
aceitar que algumas coisas que não são boas, ou mesmo que tragam algum<br />
sofrimento tenham lugar.<br />
Destacamos a seguir uma dessas coisas boas desta vida, muito<br />
consensual no mun<strong>do</strong> ocidental que seguramente só pode existir se a sua<br />
prática puder gerar resulta<strong>do</strong>s diversos. Dentre essas boas coisas com as<br />
quais Deus <strong>do</strong>tou uma classe de suas criaturas a mais <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática é o livrearbítrio<br />
<strong>do</strong>s agentes humanos.<br />
2.2.1- O livre –arbítrio<br />
O livre-arbítrio se caracteriza pelo fato de estar condiciona<strong>do</strong> à<br />
responsabilidade moral. Ao agir livr<strong>em</strong>ente o ser humano é, <strong>em</strong> certo senti<strong>do</strong>, o<br />
cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s próprios atos e, assim, controla a própria ação. No exercício <strong>do</strong><br />
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