o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A existência <strong>do</strong> universo, sua conformidade com uma ord<strong>em</strong>, a<br />
existência <strong>do</strong>s animais e <strong>do</strong>s seres humanos com consciência moral,<br />
a oportunidade que têm os seres humanos de cooperar na aquisição<br />
de conhecimento e na modelag<strong>em</strong> <strong>do</strong> universo, o padrão vigente na<br />
história e a existência de alguma evidência de milagres, e finalmente<br />
a ocorrência de experiências religiosas, são coisas que t<strong>em</strong>os razão<br />
de esperar que aconteçam, se de fato há um Deus e menos razão de<br />
esperar, no caso contrário. Para cada um destes fenômenos e n P(e n<br />
|h & k) > P(e n |k), onde h é a hipótese <strong>do</strong> teísmo, k, são os<br />
fenômenos toma<strong>do</strong>s <strong>em</strong> consideração previamente (isto é evidência<br />
tautológica onde e n é a existência <strong>do</strong> universo; a existência <strong>do</strong><br />
universo onde e n sua conformidade com a ord<strong>em</strong>, e assim por diante).<br />
Portanto, pelos princípios de probabilidade ,[...] para cada e n P(h|e n &<br />
k) > P(h|k) e assim cada argumento de e n para h é um bom<br />
argumento C-indutivo para a existência <strong>do</strong> Deus. [...] Eu argumentei<br />
que a existência da quantidade e <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> <strong>mal</strong> que há no mun<strong>do</strong><br />
(<strong>mal</strong> de tipos que seriam maus se houvesse ou não um Deus) eram<br />
tais que um Deus perfeitamente bom poderia permitir que ocorress<strong>em</strong><br />
somente se também fornecesse uma vida compensatória após a<br />
morte, e (talvez) tivesse se encarna<strong>do</strong> para compartilhar nosso<br />
sofrimento. O fato de que o <strong>mal</strong> (e n ) exigiu que hipóteses adicionais<br />
foss<strong>em</strong> acrescentadas à hipótese <strong>do</strong> teísmo (h), para salvá-la da<br />
desconfirmação, significou que o <strong>mal</strong> diminuiu a probabilidade <strong>do</strong><br />
teísmo como tal (teísmo puro) <strong>em</strong> comparação com sua probabilidade<br />
à luz das razões tomadas <strong>em</strong> consideração previamente (k) — P(h|e n<br />
& k) < P(h|k). 77<br />
Swinburne parte <strong>do</strong> princípio que, se Deus permite o sofrimento, seja<br />
como for, ele garante uma alternativa que suplanta esse sofrimento, ou seja,<br />
que, além de benefícios nesta vida, ainda pode haver a compensação na vida<br />
pós-morte, de mo<strong>do</strong> que sua bondade e grandeza não são diminuídas.<br />
Porém, o fato de ter que lançar mão de hipóteses compl<strong>em</strong>entares para<br />
salvar o teísmo faz com que essa adição venha minar o seu caráter de uma<br />
77 “The existence of the universe, its conformity to order, the existence of ani<strong>mal</strong>s and humans<br />
with moral awareness, humans having great opportunities for cooperation in acquiring<br />
knowledge and moulding the universe, the pattern of history and the existence of some<br />
evidence of miracles, and finally the occurrence of religious experiences, are all such as we<br />
have reason to expect if there is a God, and less reason to expect otherwise. For each of these<br />
phenomena e n P(e n |h & k) > P(e n |k), where h is the hypothesis theism, k, are the phenomena<br />
previously taken into account (i.e. tautological evidence where e n is the existence of the<br />
universe; the existence of the universe where e n is its conformity to order, and so on). Hence,<br />
by principles of probability,[...] for each e n P(h|e n & k) > P (h|k and so each argument from e n<br />
to h was a good C-inductive argument for the existence of God.[...] I argued there that the<br />
existence of the amount and kind of evil that there is in the world (evil of kinds that would be evil<br />
whether or not there was a God) were such that a perfectly good God would allow it to occur<br />
only if he also provided compensatory life after death, and (perhaps) became incarnate to share<br />
our suffering. The fact that the evil (e n ) required additional hypotheses to be added to the<br />
hypothesis of theism (h) to save it from disconfirmation meant that the evil lowered the<br />
probability of theism as such (bare theism) from its probability on the evidence taken into<br />
account previously (k)— P(h|e n & k) < P(h|k). (SWINBURNE,R. The Existence of God. Second<br />
edition. 2004, p.328).<br />
90