06.01.2015 Views

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A idéia, nas palavras de Swinburne, é expressa da seguinte maneira:<br />

Portanto, se Deus quer nos dar a escolha entre b<strong>em</strong> e <strong>mal</strong>, ele deve<br />

nos dar ou nos permitir adquirir verdadeiras convicções sobre os<br />

efeitos das nossas ações — convicções nas quais t<strong>em</strong>os confiança<br />

suficiente para que elas influam na maneira como escolh<strong>em</strong>os. Para<br />

isso, precisamos de um leque de fortes convicções verdadeiras a<br />

respeito de muitas diferentes ações acerca <strong>do</strong>s efeitos que delas se<br />

seguirão. 102<br />

Admitin<strong>do</strong> esse principio, somos coloca<strong>do</strong>s diante <strong>do</strong> fato de que a<br />

formação e justificação de nossas crenças têm uma relação direta com nossas<br />

escolhas. As crenças para ser<strong>em</strong> verdadeiras dev<strong>em</strong> ser adquiridas de maneira<br />

correta e <strong>em</strong> um contexto de regularidade <strong>do</strong>s efeitos de nossas ações.<br />

O mun<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> por Deus contém os mecanismos que asseguram que<br />

tais crenças sejam adquiridas <strong>em</strong> bases corretas. Com efeito, um <strong>do</strong>s bons<br />

propósitos da criação é que tenhamos conhecimento verdadeiro e correto e<br />

não nos engan<strong>em</strong>os com o que consideramos conhecer. As conseqüências<br />

das escolhas contribu<strong>em</strong> para que o sujeito possa adequadamente formar suas<br />

crenças e assim atingir o máximo exercício de sua racionalidade.<br />

Isso é postula<strong>do</strong> por Swinburne como se segue:<br />

Mas <strong>em</strong>bora um sujeito possa não ter culpa de agir de acor<strong>do</strong> com<br />

seus próprios critérios, é claramente melhor que ele aja segun<strong>do</strong><br />

critérios verdadeiros: uma crença é justificada <strong>em</strong> um senti<strong>do</strong><br />

objetivo se ela se torna provável <strong>em</strong> função de outras crenças<br />

justificadas <strong>do</strong> sujeito ou se ela é propriamente básica. Chamarei<br />

uma crença assim justificada de «justificada 2 » ou «racional 2 ». 103<br />

Esse padrão de formação de crenças, apesar de fazer <strong>do</strong> sujeito o<br />

principal agente <strong>do</strong> conhecimento, não prescinde das condições externas, onde<br />

as experiências vividas se apresent<strong>em</strong> de maneira plena, pois é por meio das<br />

razões encontradas que o individuo t<strong>em</strong> suporte para essa formação de<br />

crenças e, por conseguinte, para chegar ao conhecimento.<br />

102 “So if God is to give us the choice between good and bad, he must give us, or allow us to<br />

acquire, true beliefs about the effects of our actions—beliefs in which we have enough<br />

confidence to make it matter how we choose. We need a whole sheaf of strong true beliefs with<br />

respect to many different actions, about what effects will follow from th<strong>em</strong>.” (SWINBURNE,<br />

Richard, Providence and the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998. p. 176).<br />

103 “But while a subject may not be at fault in operating in accordance with her own criteria,<br />

clearly it is better if she operates by true criteria: a belief is justified in an objective sense either<br />

if it is rendered probable by the subject's other justified beliefs or if it is properly basic. A belief<br />

thus justified I shall call ‘justified 2 ’ or ‘rational 2 ’.” (SWINBURNE, Richard, Providence and the<br />

Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998. pp.59-60).<br />

118

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!