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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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Ao assumir esse padrão, Swinburne está defenden<strong>do</strong> que Deus não<br />

deve n<strong>em</strong> mesmo interferir no processo da vida para retirar ou eliminar<br />

qualquer conseqüência que resulte das escolhas <strong>do</strong>s indivíduos. Deus,<br />

efetivamente, pode assegurar que não falte nenhum b<strong>em</strong> e também aquilo que<br />

mesmo não sen<strong>do</strong> bom poderá trazer benefícios. Assim, as pessoas poderão<br />

aprender a medir o efeito de suas ações.<br />

Essa capacidade de escolha não é apenas um privilégio, é na verdade<br />

uma condição de desenvolvimento pessoal e coletivo. Swinburne exprime sua<br />

idéia nos seguintes termos:<br />

Se Deus cria agentes humanamente livres, ele lhes dará uma<br />

quantidade significativa de liberdade, poder e conhecimento. Para que<br />

sua liberdade limitada tenha um valor apreciável, ela será uma<br />

liberdade de escolher entre o b<strong>em</strong> e o <strong>mal</strong> no exercício <strong>do</strong> poder de<br />

fazer diferenças profundamente significativas para eles mesmos, para<br />

os outros e para o mun<strong>do</strong> físico. 89<br />

Como o conhecimento, poder e desejo tend<strong>em</strong> a evoluir, Swinburne<br />

entende que isso fez com que Deus <strong>do</strong>tasse a criação de uma específica<br />

região física onde todas essas coisas pudess<strong>em</strong> se concretizar. A primeira<br />

região é a extensão corpórea <strong>do</strong> indivíduo, um corpo <strong>em</strong> condições de produzir<br />

efeitos intencionais tanto sobre si mesmo como <strong>em</strong> outros. Em seguida, a outra<br />

região criada e mantida de acor<strong>do</strong> com leis regulares é o mun<strong>do</strong> físico exterior<br />

ao individuo.<br />

Para que nessa região o controle <strong>do</strong> indivíduo possa expandir-se, é<br />

necessário que ele tenha condições de provocar efeitos diferentes, para além<br />

daqueles provoca<strong>do</strong>s somente <strong>em</strong> sua esfera e que também possa alterar as<br />

circunstâncias que encontrar pela frente. To<strong>do</strong> esse desenvolvimento necessita<br />

<strong>do</strong> que é chama<strong>do</strong> de uma dimensão espacial.<br />

Nesse caso, Swinburne assim se expressa:<br />

Para que eles sejam capazes de des<strong>em</strong>penhar ações mediatas – ou<br />

seja, para que suas ações básicas intencionalmente tenham efeitos<br />

distantes (incluin<strong>do</strong> aqueles que os mov<strong>em</strong> para as partes de uma<br />

ampla região) e para que eventos distantes tenham efeitos<br />

basicamente perceptíveis – o mun<strong>do</strong> espacial dever ser governa<strong>do</strong><br />

por leis da natureza. E se as criaturas não devam simplesmente ter<br />

crenças verdadeiras acerca <strong>do</strong> que são esses efeitos, mas aprender<br />

89 “If he makes humanly free agents, he will give th<strong>em</strong> a signifi-cant amount of free<strong>do</strong>m, power,<br />

and knowledge. If their limited free<strong>do</strong>m is to be greatly valuable, it will be a free<strong>do</strong>m to choose<br />

between good and evil in the exercise of power to make deeply significant differences to<br />

th<strong>em</strong>selves, each other, and the physical world.” (SWINBURNE, R. The existence of God.<br />

2004.p.123).<br />

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