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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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a) Vontade antecedente: Essa vontade, conforme explica Leibniz (§ 22),<br />

“é a inclinação a fazer uma coisa na proporção <strong>do</strong> b<strong>em</strong> que ela traz”. 28 Ela<br />

pode ser chamada de antecedente quan<strong>do</strong> é considerada isoladamente e visa<br />

cada b<strong>em</strong> <strong>em</strong> si mesmo, enquanto b<strong>em</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, Deus s<strong>em</strong>pre quer o<br />

b<strong>em</strong>. E esta é uma vontade que se mostra <strong>em</strong> si eficaz, já que o efeito se<br />

seguiria caso não houvesse uma razão mais forte que o impedisse.<br />

b) Vontade conseqüente: O êxito pleno e infalível, no caso de Deus,<br />

pertence à vontade conseqüente. Por esta, jamais se deixa de fazer o que se<br />

quer quan<strong>do</strong> se pode. É uma vontade que resulta <strong>do</strong> conflito entre todas as<br />

vontades antecedentes, tanto as que tend<strong>em</strong> ao b<strong>em</strong> como as que rechaçam o<br />

<strong>mal</strong>. É <strong>do</strong> concurso de todas essas vontades que nasce a vontade total, final e<br />

decisiva. Daí se segue que Deus “quer antecedent<strong>em</strong>ente o b<strong>em</strong> e<br />

conseqüent<strong>em</strong>ente o melhor” 29 .<br />

A relação que Deus t<strong>em</strong> com o <strong>mal</strong> é de permissão. O <strong>mal</strong> moral, o<br />

peca<strong>do</strong>, e o <strong>mal</strong> físico, os sofrimentos, não são coisas que Deus queira. Sua<br />

permissão consiste <strong>em</strong> utilizar tais fatos para que se obtenham bens maiores.<br />

Também serve para mostrar sua infinita sabe<strong>do</strong>ria, pois permite o <strong>mal</strong> moral<br />

como condição de possibilidade para, “se tal ocorrer”, efetivar a sua vontade<br />

conseqüente realizan<strong>do</strong> o melhor, por ex<strong>em</strong>plo, a manifestação de sua<br />

misericórdia. O <strong>mal</strong> não entra <strong>em</strong> conflito com sua vontade porque cumpre<br />

seus propósitos de obter o melhor na criação.<br />

Leibniz se mantém, portanto, na linha de argumento <strong>do</strong> agostianismo e<br />

<strong>do</strong>s escolásticos: o <strong>mal</strong> é uma privação <strong>do</strong> b<strong>em</strong>, o hom<strong>em</strong> é o responsável pelo<br />

<strong>mal</strong>, na medida <strong>em</strong> que suas escolhas lhe acarretam conseqüências<br />

inevitáveis. Elas pesam sobre ele como uma força inercial que limita o vigor de<br />

suas ações. Deus, contu<strong>do</strong>, s<strong>em</strong>pre dará o melhor e propiciará as melhores<br />

condições para a criatura se desenvolver e se aperfeiçoar.<br />

28 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 22, p.76.<br />

29 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 23, p.77.<br />

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