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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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2. O PROBLEMA ENFRENTADO POR LEIBNIZ<br />

2.1. A contextualização da metafísica de Leibniz.<br />

2.1.1. A defesa <strong>do</strong> teísmo no espírito <strong>do</strong> racionalismo<br />

Depois de Agostinho, a reflexão mais profunda sobre a questão <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />

na tradição ocidental deve-se ao pensa<strong>do</strong>r al<strong>em</strong>ão Gottfried Wilhelm von<br />

Leibniz. Há três pressupostos para a compreensão da teodicéia de Leibniz.<br />

Trata-se, <strong>em</strong> primeiro lugar, das novas concepções epist<strong>em</strong>ológicas e<br />

cosmológicas <strong>do</strong> século XVII. O segun<strong>do</strong> pressuposto é o principio da<br />

harmonia preestabelecida que ele usa para afirmar a racionalidade da própria<br />

criação. E o terceiro é a sua afirmação de que Deus criou o melhor <strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s<br />

possíveis.<br />

Entre os fatores que certamente influenciaram Leibniz no<br />

desenvolvimento de seu pensamento l<strong>em</strong>br<strong>em</strong>os, por ex<strong>em</strong>plo, o novo conceito<br />

<strong>do</strong> universo, que surgia à luz da física moderna. Por outro la<strong>do</strong>, os princípios de<br />

racionalidade cartesiana direcionavam a epist<strong>em</strong>ologia para uma nova visão<br />

distanciada da metafísica tradicional. A perspectiva mecanicista 8 foi<br />

construin<strong>do</strong> uma forma diferente de entender o cosmos e, conseqüent<strong>em</strong>ente,<br />

abriram-se possibilidades distintas de perceber que tipo de relação Deus teria<br />

com a sua criação. Leibniz passou a sustentar uma opinião contrária a esse<br />

ponto de vista. Sua crítica pode ser resumida nesses termos:<br />

Leibniz sustenta que a simples descrição <strong>do</strong>s mecanismos concretos<br />

de um fenômeno ainda não o explica. Além disso, o mecanicismo, ao<br />

negar que os objetos e o mun<strong>do</strong> no seu conjunto possam ser<br />

compreendi<strong>do</strong>s apenas a partir <strong>do</strong> critério de causa final, chega de<br />

fato a conclusões anti-religiosas. 9<br />

8<br />

Segun<strong>do</strong> Ubal<strong>do</strong> Nicola, explica à p.234 <strong>do</strong> livro: Antologia IIustrada de Filosofia,<br />

mecanicismo é a idéia de que o mun<strong>do</strong> no seu conjunto seja uma grande e complicada<br />

máquina e que, portanto, to<strong>do</strong>s os fenômenos são explicáveis pelas leis que governam a<br />

matéria e o seu movimento. Excluin<strong>do</strong> que na natureza estejam <strong>em</strong> ação as forças psicológicas<br />

ou finalistas, o mecanicismo defendi<strong>do</strong> por Descartes e pelos cientistas racionalistas contribuiu<br />

enorm<strong>em</strong>ente para a crítica <strong>do</strong> pensamento mágico e para a introdução na ciência de critérios<br />

mat<strong>em</strong>ático-quantitativos.<br />

9 NICOLA, Ubal<strong>do</strong>. Antologia Ilustrada de Filosofia. Trad. Maria Margherita de Luca. Editora<br />

Globo, São Paulo, 2005. p.258.<br />

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