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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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INTRODUÇÃO<br />

O <strong>mal</strong> é um el<strong>em</strong>ento <strong>do</strong> cotidiano. Compreendê-lo t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>po uma preocupação da humanidade na intenção de pacificar t<strong>em</strong>ores e<br />

trazer respostas a um <strong>do</strong>s pontos obscuros da vida, qual seja, por que t<strong>em</strong>os<br />

que sofrer<br />

Por se tratar de um <strong>do</strong>s aspectos da questão <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> da vida que<br />

denominamos de “<strong>probl<strong>em</strong>a</strong> da realidade última”, na maioria das vezes, as<br />

possíveis respostas surg<strong>em</strong> inicialmente na esfera da religião, pertencen<strong>do</strong><br />

assim, enquanto reflexão sist<strong>em</strong>ática especialmente ao campo da filosofia da<br />

religião.<br />

Na verdade, a ocupação da filosofia com esse assunto não é recente. Ao<br />

longo <strong>do</strong>s séculos, principalmente após o advento <strong>do</strong> cristianismo, tornou-se<br />

um ponto de reflexão inevitável. Isso se deu, pois, para a tradição cristã<br />

ocidental, essa questão s<strong>em</strong>pre esteve associada a Deus e a seus propósitos<br />

na criação.<br />

Prosperan<strong>do</strong> desde a antiguidade, a t<strong>em</strong>ática <strong>do</strong> <strong>mal</strong> fez com que o<br />

teísmo, a afirmação filosófica da existência de Deus, <strong>em</strong> diversos momentos<br />

tivesse que se ocupar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a na forma conhecida como o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong>.<br />

Nos primeiros séculos da era cristã o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> era explicar a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong>, já<br />

que não era coerente admitir que um Deus bon<strong>do</strong>so e cria<strong>do</strong>r de todas as<br />

coisas fosse o cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>mal</strong>.<br />

A partir da idade moderna, a reflexão filosófica passou a ter, como pano<br />

de fun<strong>do</strong>, questões sobre o funcionamento <strong>do</strong> universo e a racionalidade <strong>do</strong><br />

conhecimento. Nesse perío<strong>do</strong> o teísmo passou a se ocupar com a explicação<br />

sobre que tipo de relação havia entre Deus e sua criação. Com isso o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>mal</strong> para os teístas resultava da necessidade de explicar por que Deus não<br />

impedia a presença <strong>do</strong> <strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong>.<br />

No século XVIII, marca<strong>do</strong> pelo pensamento iluminista, quan<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong><br />

de racionalidade provocou uma profunda critica à religião e seus pressupostos,<br />

surgiu uma forma de teísmo, caracteriza<strong>do</strong> como um movimento de afirmação<br />

da existência de Deus <strong>em</strong> oposição ao ateísmo.<br />

Nesse confronto de posições, o <strong>mal</strong> passou a ser um <strong>do</strong>s <strong>probl<strong>em</strong>a</strong>s<br />

centrais. De um la<strong>do</strong>, pensa<strong>do</strong>res ateus usam o argumento de que, existin<strong>do</strong> o<br />

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