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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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A primeira consideração nesta linha é que um mun<strong>do</strong> s<strong>em</strong> sofrimentos<br />

ou mesmo s<strong>em</strong> peca<strong>do</strong> seria um tipo de mun<strong>do</strong> inferior ao nosso,<br />

simplesmente porque este mun<strong>do</strong>, <strong>em</strong> que há sofrimento e peca<strong>do</strong>, é o melhor<br />

possível. Com efeito, por principio, Deus, na sua perfeição, s<strong>em</strong>pre cria o<br />

melhor, que não pode ser supera<strong>do</strong> <strong>em</strong> qualidade e propósito. Por isso, se Ele<br />

escolheu esse mun<strong>do</strong>, ele deve ser assim.<br />

A segunda consideração é que Deus <strong>em</strong> sua soberania é conhece<strong>do</strong>r de<br />

todas as coisas e permite que aconteçam inclusive coisas más para que se<br />

produzam bens que não seriam possíveis de outra maneira. Segun<strong>do</strong> Leibniz,<br />

“um <strong>mal</strong> causa um b<strong>em</strong>, que não teria lugar s<strong>em</strong> este <strong>mal</strong>. Por vezes sucede<br />

que <strong>do</strong>is <strong>mal</strong>es juntos constituam um grande b<strong>em</strong>”. 25<br />

Se não se pudesse contar com essa possibilidade, os indivíduos ficariam<br />

priva<strong>do</strong>s de bens que só são possíveis se produzi<strong>do</strong>s a partir de determinada<br />

situação negativa. Por isso, Leibniz sugere que as ações não sejam julgadas<br />

apenas <strong>em</strong> função de um momento, mas pelo resulta<strong>do</strong> global que traz<strong>em</strong>. Isso<br />

permitirá que se avalie grau <strong>do</strong> <strong>mal</strong> e o beneficio que dele virá.<br />

Uma terceira consideração é que os <strong>mal</strong>es são menores <strong>do</strong> que se pode<br />

pensar e esta percepção se baseia nas limitações <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> para medir e<br />

avaliar <strong>em</strong> toda a extensão a <strong>do</strong>r e o sofrimento que o acomet<strong>em</strong>.<br />

Para Leibniz, pensamos no sofrimento e na <strong>do</strong>r porque faz<strong>em</strong>os<br />

comparações com o prazer e a alegria. Porém, isso não é adequa<strong>do</strong>, pois no<br />

fun<strong>do</strong> essas sensações são passageiras.<br />

Leibniz reconhece que na vida há momentos de infortúnio. Ele diz:<br />

É preciso reconhecer, s<strong>em</strong> dúvida, que há desordens nesta vida, que<br />

se encontram particularmente na prosperidade de muitos maus e na<br />

infelicidade de muitos homens de b<strong>em</strong>. 26<br />

Porém nesses casos ele defende que a solução está na promessa de<br />

outra vida, providenciada por Deus como uma recompensa para os<br />

arrependi<strong>do</strong>s desta vida.<br />

25 LEIBNIZ, G. F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 10, p. 69.<br />

26 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 16, p. 71.<br />

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