o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que quan<strong>do</strong> admitimos a finitude de algo ou alguém precisamos explicar a<br />
extensão <strong>em</strong> que se dão os limites e por que os limites são estes ou aqueles.<br />
Mas a hipótese de uma pessoa com atributos <strong>em</strong> grau infinito é mais<br />
simples, porque não precisamos saber tu<strong>do</strong> que cerca suas possibilidades,<br />
porque to<strong>do</strong> e qualquer caso pertinente a esta pessoa poderá ser considera<strong>do</strong>.<br />
A segunda reivindicação trata da condição <strong>do</strong> conhecer <strong>do</strong> ser que é<br />
postula<strong>do</strong> pelo teísmo. A questão que nos v<strong>em</strong> é se nos pareceria mais simples<br />
admitir um ser com to<strong>do</strong> conhecimento que é logicamente possível ou com<br />
conhecimento limita<strong>do</strong> a certas coisas e situações<br />
Swinburne nos l<strong>em</strong>bra que aquilo que assumimos como conhecimento<br />
t<strong>em</strong> relação com crenças e faz um interessante paralelo como pod<strong>em</strong>os ver a<br />
seguir:<br />
Pessoas humanas têm algumas poucas crenças finitas, umas<br />
verdadeiras, outras falsas, umas justificadas, outras não. Na medida<br />
<strong>em</strong> que elas são verdadeiras e justificadas (ou de certo mo<strong>do</strong><br />
justificadas <strong>em</strong> alguma medida), crenças significam conhecimento.<br />
Pareceria mais consoante com sua onipotência que um ser<br />
onipotente tivesse crenças que significass<strong>em</strong> conhecimento, pois,<br />
s<strong>em</strong> crenças verdadeiras acerca das conseqüências de suas ações,<br />
você deixa de se dar conta de suas intenções. Crenças verdadeiras<br />
deixam de significar conhecimento apenas se elas são verdadeiras<br />
por acidente. Mas se as propriedades divinas são possuídas de<br />
mo<strong>do</strong> necessário, as crenças de Deus não poderiam ser falsas e<br />
assim, não poderiam ser verdadeiras por acidente. E se um ser<br />
onipotente t<strong>em</strong> conhecimento, a suposição mais simples é postular<br />
que o ser onipotente é limita<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu conhecimento, b<strong>em</strong> como <strong>em</strong><br />
seu poder, apenas pela lógica. Neste caso, ele teria to<strong>do</strong> o<br />
conhecimento que é logicamente possível que uma pessoa tenha -<br />
ou seja, ele seria onisciente 59 .<br />
A idéia que nos r<strong>em</strong>ete ao aspecto da simplicidade da hipótese teísta é<br />
que o ser <strong>em</strong> questão, por ter to<strong>do</strong> o poder, t<strong>em</strong>, <strong>em</strong> consonância com a sua<br />
onipotência, condições de conhecer tu<strong>do</strong> que é logicamente possível conhecer.<br />
59 “Human persons have some few finite beliefs, some true, some false, some justified, some<br />
not. In so far as they are true and justified (or at any rate justified in a certain way), beliefs<br />
amount to knowledge. It would se<strong>em</strong> most consonant with his omnipotence that an omnipotent<br />
being have beliefs that amount to knowledge. For, without true beliefs about the consequences<br />
of your actions, you may fail to realize your intentions. True beliefs fail to amount to knowledge<br />
only if they are true by accident. But, if the divine properties are possessed necessarily, God’s<br />
beliefs could not be false, and so could not be true by accident. And, if an omnipotent being has<br />
knowledge, the simplest such supposition is to postulate that the omnipotent being is limited in<br />
his knowledge, as in his power, only by logic. In that case he would have all the knowledge that<br />
it is logically possible that a person have—that is, he would be omniscient.” (SWINBURNE,<br />
Richard. The Existence of God, second edition. Oxford. Claren<strong>do</strong>n Press. 2004, p. 97-98).<br />
68