o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3.4.2 A quantidade <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />
Inicialmente neste capítulo já colocamos que Swinburne reconhece que<br />
há muito <strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong>. Portanto, como explicar a finalidade de tanto <strong>mal</strong> no<br />
contexto deste quadro que se apresentou até aqui O <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> não é o <strong>mal</strong> ou<br />
os tipos de <strong>mal</strong>es, mas se seria necessário tanto <strong>mal</strong> para se atingir os<br />
objetivos até aqui coloca<strong>do</strong>s. Swinburne estabelece um principio de<br />
correspondência entre o que se perde e o que se ganha com aquilo que é mau.<br />
Minha reflexão é que cada esta<strong>do</strong> de coisas ruim ou cada possível<br />
esta<strong>do</strong> de coisas ruim elimina<strong>do</strong>, elimina um b<strong>em</strong> real. De cada<br />
pequena adição ao número real ou possível de esta<strong>do</strong>s de coisas<br />
más resulta uma pequena adição ao número de bons esta<strong>do</strong>s de<br />
coisas reais ou possíveis. 107<br />
A solução baseia-se <strong>em</strong> um cálculo simples. Adicionar ou diminuir a<br />
quantidade de <strong>mal</strong> fará com que se obtenha mais ou menos b<strong>em</strong> que daí<br />
decorra. Assim aquelas condições esperadas como o uso da liberdade ou o<br />
aprendiza<strong>do</strong> para a formação <strong>do</strong> caráter seguirão essa escala e dependerão<br />
desse cálculo.<br />
Pois b<strong>em</strong>, uma objeção perdura, ou seja, para que tanto <strong>mal</strong> Não seria<br />
mais razoável que na medida <strong>em</strong> que os objetivos foss<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s<br />
Deus fosse colocan<strong>do</strong> limites à <strong>do</strong>r e ao sofrimento Para Swinburne isto não<br />
procede porque assim nosso mun<strong>do</strong> não seria real, mas um mun<strong>do</strong> de<br />
brinque<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> o próprio SWINBURNE: “Um mun<strong>do</strong> onde os <strong>probl<strong>em</strong>a</strong>s<br />
exist<strong>em</strong>, mas não muito, onde pod<strong>em</strong>os escolher, mas nossas escolhas faz<strong>em</strong><br />
pouca diferença, pois qu<strong>em</strong> realmente escolhe é Deus.” (SWINBURNE, R.<br />
2004, p. 263).<br />
107 “But then I reflect that each bad state or possible bad state eliminated eliminates one actual<br />
good. Each s<strong>mal</strong>l addition to the number of actual or possible bad states makes a s<strong>mal</strong>l addition<br />
to the number of actual or possible good states.” (SWINBURNE,R. The Existence of God. 2004,<br />
p. 264).<br />
123