o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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justificadamente que há um Deus, apesar <strong>do</strong> ´argumento a partir <strong>do</strong><br />
<strong>mal</strong>`, depende <strong>do</strong> que mais ele acredita e quão fort<strong>em</strong>ente<br />
acredita. 82<br />
Essa situação requer, portanto, que se estabeleça um padrão para o<br />
julgamento moral de cada ação, pois se pode questionar que haja algum ato<br />
mau que possa ser moralmente admissível. A questão deve ser avaliada,<br />
conforme Swinburne, pelo seguinte padrão: “se bondade ou <strong>mal</strong>dade são<br />
propriedades que pertenc<strong>em</strong> às pessoas, às ações e aos julgamentos que as<br />
afirmam ou negam têm valor de verdade” (SWINBURNE, R. 1998, p.18). É<br />
disso que decorre a exigência de uma padronização <strong>do</strong> que seja um<br />
julgamento moral.<br />
Um julgamento moral pode se limitar a fatos e circunstâncias. Alguém<br />
pode fazer um julgamento meramente contingencial da verdade moral,<br />
consideran<strong>do</strong> o certo ou erra<strong>do</strong> a partir de uma interpretação particular, e assim<br />
tirar conclusões sobre as motivações de um agente.<br />
Porém, um julgamento moral depende de um conceito mais abrangente,<br />
como esclarece Swinburne:<br />
Portanto, as verdades morais contingentes derivam sua verdade de<br />
verdades naturais contingentes e de verdades morais necessárias.<br />
As verdades morais básicas são verdades necessárias. 83<br />
Os julgamentos morais surg<strong>em</strong> dessa ligação entre o que é<br />
contingencial e o que é necessário. Há casos <strong>em</strong> que Deus permite algum <strong>mal</strong><br />
para que venha algum b<strong>em</strong>. Sua permissão nesse caso é uma verdade<br />
necessária (<strong>do</strong> tipo de ação cujo valor de verdade é o mesmo <strong>em</strong> qualquer<br />
situação, condição ou lugar). As ações contingentes que depend<strong>em</strong> de<br />
circunstâncias estão ligadas à vontade de Deus – que é s<strong>em</strong>pre a melhor<br />
necessariamente.<br />
O ateu pode objetar que é possível algum tipo de <strong>mal</strong> que não se<br />
conecte com essa verdade, de que Deus trará por meio dele algum b<strong>em</strong>.<br />
82 “It follows that whether a theist needs a theodicy for every known bad state in order justifiably<br />
to believe that there is a God, despite the ‘argument from evil’, depends on what else he<br />
believes and how strongly he believes it.” (SWINBURNE, Richard, Providence and the Probl<strong>em</strong><br />
of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998. p.17).<br />
83 “Hence contingent moral truths derive their truth from contingent natural truths and necessary<br />
moral truths. The basic moral truths are necessary truths.” (SWINBURNE, Richard, Providence<br />
and the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998.p.19).<br />
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