o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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estão sofren<strong>do</strong>. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, vamos desenvolven<strong>do</strong> a qualidade de nosso<br />
caráter pela forma como reagimos diante de situações extr<strong>em</strong>amente difíceis.<br />
Segun<strong>do</strong> Swinburne:<br />
O <strong>mal</strong> natural provê a oportunidade não meramente de sermos<br />
heróicos, mas de nos tornarmos naturalmente heróicos. S<strong>em</strong> uma<br />
quantidade significativa de <strong>mal</strong> natural, nós simplesmente não<br />
teríamos a oportunidade de mostrar paciência e comiseração no<br />
nível heróico requeri<strong>do</strong> para adquirirmos caracteres heroicamente<br />
bons. 101<br />
Ele está partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> princípio de que o caráter, como característica de<br />
comportamento e atitude, não é inato, como também, os traços e níveis <strong>em</strong> que<br />
esses se encontram no sujeito. Seu surgimento e desenvolvimento depend<strong>em</strong><br />
das circunstâncias a que o individuo se expõe. Um caráter forte é, sobretu<strong>do</strong>,<br />
aquele que t<strong>em</strong> a capacidade, inclusive, de resistir à tentação de realizar um<br />
ato cruel.<br />
Mais uma vez dev<strong>em</strong>os estar adverti<strong>do</strong>s de que, <strong>em</strong> sua argumentação,<br />
Swinburne claramente estabelece que presenciar o sofrimento certamente não<br />
é a garantia de que daí resultará um bom caráter. O que faz surgir o bom<br />
caráter é a capacidade de cada indivíduo para escolher a forma moralmente<br />
correta de como irá reagir diante dessas adversidades. Essa resposta<br />
dependerá, <strong>em</strong> muito, <strong>do</strong> que o indivíduo acredite para b<strong>em</strong> ou para <strong>mal</strong>. Em<br />
to<strong>do</strong> caso, haverá neste espaço cria<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>r <strong>do</strong> outro uma excelente<br />
oportunidade de aperfeiçoamento <strong>do</strong> caráter.<br />
3.2 . A necessidade <strong>do</strong> <strong>mal</strong> natural para se obter conhecimento<br />
O conhecimento humano, na perspectiva da epist<strong>em</strong>ologia<br />
cont<strong>em</strong>porânea, pressupõe que os indivíduos, ao assumir<strong>em</strong> alguma idéia<br />
como verdadeira, faz<strong>em</strong>-no dentro de um coerente e ajusta<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de<br />
crenças. Para o melhor funcionamento desse sist<strong>em</strong>a, Deus criou um mun<strong>do</strong><br />
<strong>em</strong> que o conhecimento é factível por força da existência de infinitas<br />
possibilidades de experiências a ser<strong>em</strong> vividas.<br />
101 “Natural evil provides the opportunity not merely to be heroic, but to make ourselves naturally<br />
heroic. Without a significant amount of natural evil, we simply would not have the opportunity to<br />
show patience and sympathy on the heroic scale required for us to form heroically good<br />
characters.” (SWINBURNE, Richard, Providence and the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press,<br />
Oxford.1998. p. 169).<br />
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