o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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Mas se, consideran<strong>do</strong> as razões gerais de fun<strong>do</strong> conjugadas com os<br />
da<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s, uma vez suposta a proposição que exprime a hipótese,<br />
tivermos uma probabilidade maior que ½, isso gera um argumento P-indutivo<br />
<strong>em</strong> favor da hipótese, ou seja , um argumento indutivo que torna a hipótese<br />
mais provável <strong>do</strong> que a sua contrária.<br />
Ao contrário, um argumento será <strong>do</strong> tipo C-indutivo, quan<strong>do</strong> aumenta a<br />
probabilidade da hipótese, <strong>em</strong>bora não seja capaz por si só de torná-la mais<br />
provável <strong>do</strong> que a contrária. Trata-se de razões que pod<strong>em</strong> confirmar a<br />
hipótese ou infirmá-la e <strong>em</strong> razão disto, alterar o valor <strong>do</strong> argumento.<br />
Entretanto os argumentos C-indutivos não dev<strong>em</strong> ser desconsidera<strong>do</strong>s<br />
porque, se é possível associá-los ao conteú<strong>do</strong> proposto pela hipótese prévia,<br />
poderão ser assumi<strong>do</strong>s como prova de que a hipótese é provável. Com o<br />
acúmulo de vários argumentos C-indutivos pode-se aumentar a probabilidade<br />
da hipótese ser verdadeira. Eles possibilitam assim a inferência na forma de<br />
um argumento P-indutivo, <strong>em</strong> que as pr<strong>em</strong>issas tornam a conclusão provável.<br />
A relação entre os <strong>do</strong>is tipos de argumento indutivo é apresentada assim<br />
por Agnal<strong>do</strong> Portugal:<br />
Quan<strong>do</strong> falamos de argumentos que visam estabelecer a<br />
probabilidade de uma proposição na qual crê um sujeito epistêmico,<br />
segun<strong>do</strong> Swinburne, precisamos distinguir <strong>do</strong>is tipos de inferência<br />
(cf. Swinburne 2004: 6). Um argumento C-indutivo é aquele que<br />
aumenta o grau de probabilidade de uma proposição com base num<br />
da<strong>do</strong> ou indício (aquilo que <strong>em</strong> inglês se chama evidence), dadas as<br />
relações lógicas entre as proposições. Num bom argumento C-<br />
indutivo, a probabilidade inicial de uma crença é aumentada <strong>em</strong> vista<br />
de um da<strong>do</strong> ou indício, seja porque o grau de expectativa <strong>do</strong> indício,<br />
s<strong>em</strong> considerar aquela crença e <strong>em</strong> vista <strong>do</strong> conhecimento de fun<strong>do</strong><br />
– [P(e/k)] –, era baixo, seja porque esse indício se torna mais<br />
provável <strong>em</strong> vista da crença [P(e/h.k)]. Em outras palavras, num<br />
bom argumento C-indutivo, a crença ou hipótese é confirmada (por<br />
isso o argumento é “C”-indutivo). Um argumento P-indutivo é aquele<br />
pelo qual os indícios ou da<strong>do</strong>s tornam a hipótese provável (daí ser<br />
“P”-indutivo), ou seja, com um valor acima de 0,5. Nesse caso, dizse<br />
que, consideran<strong>do</strong>-se o conjunto total de da<strong>do</strong>s disponíveis, é<br />
mais provável <strong>do</strong> que não que uma hipótese seja verdadeira e a<br />
crença na mesma pode ser tida como racionalmente justificada. 51<br />
Essa explicação nos leva a entender que <strong>em</strong> uma epist<strong>em</strong>ologia que<br />
considera que nossas crenças possu<strong>em</strong> diferentes graus de probabilidade,<br />
51 PORTUGAL, Agnal<strong>do</strong> C. Richard versus Richard, In. A Questão de Deus na História da<br />
Filosofia.Vol I. Coordenação Maria Leonor L. O. Xavier. Editora Zéfiro, Sintra, Portugal.<br />
2008, p. 382.<br />
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