o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CAPÍTULO II<br />
A JUSTIFICAÇÃO DE CRENÇAS E A RACIONALIDADE DO TEÍSMO<br />
1. CRITÉRIOS GERAIS DE JUSTIFICAÇÃO DE UMA CRENÇA.<br />
A compreensão <strong>do</strong> teísmo, defendi<strong>do</strong> por Swinburne, requer que<br />
abord<strong>em</strong>os alguns aspectos de sua epist<strong>em</strong>ologia. É central entendermos o<br />
que ele propõe como critério de justificação, ou seja, de como um indivíduo<br />
pode justificar sua crença e conseqüent<strong>em</strong>ente admiti-la como verdadeira.<br />
Partin<strong>do</strong> de uma perspectiva internalista 36 , Swinburne apresenta as<br />
razões e os critérios que o levaram à convicção de que o processo de<br />
conhecimento resulta da adequação de cada crença à base <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de<br />
crenças <strong>do</strong> indivíduo. Assim, os indivíduos ao examinar<strong>em</strong> se uma proposição<br />
é verdadeira, vão colher razões que a confirm<strong>em</strong> ou não a partir <strong>do</strong> conjunto de<br />
crenças já admitidas por eles.<br />
1.1. A verdade é uma questão de grau (probabilidade)<br />
O conhecimento é um ato que pressupõe um vínculo <strong>do</strong> indivíduo com a<br />
verdade, pois dificilmente aceitamos que algo seja conheci<strong>do</strong> se não é<br />
verdadeiro. Swinburne propõe que esse vínculo, nor<strong>mal</strong>mente caracteriza<strong>do</strong><br />
como crença justificada, é estabeleci<strong>do</strong> <strong>em</strong> função da probabilidade da crença<br />
ser verdadeira.<br />
Com efeito, para ele, a idéia de crença implica a aceitação de uma<br />
proposição face a uma alternativa. 37 A alternativa nor<strong>mal</strong> com que uma crença<br />
36 O entendimento que pod<strong>em</strong>os ter de internalismo é o a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na epist<strong>em</strong>ologia como o<br />
principio que sustenta que uma crença é racional para uma pessoa se, e só se, essa crença<br />
estiver justificada para essa pessoa. Além disso, uma crença está justificada para alguém se, e<br />
só se, essa pessoa estiver ciente de razões, fundamentos ou indícios que sustent<strong>em</strong><br />
adequadamente essa crença.<br />
37 “Belief, I suggest, is a contrastive notion; one believes this proposition as against that<br />
alternative proposition. The nor<strong>mal</strong> alternative with which a belief is contrasted is its negation.<br />
The negation of a proposition p is the proposition not-p or ‘it is not the case that p’. [...] This<br />
contrast can be explicated and made more precise with the aid of the concept of probability.<br />
When humans become sophisticated enough to have this concept, they will acknowledge—I<br />
suggest—logical connections between their believing a proposition p and their believing that p is<br />
probable. (For p to be probable is for it to have a probability of greater than ½; and so not-p to<br />
have a probability of less than ½. I understand p being certain as an extr<strong>em</strong>e case of p being<br />
probable; it is p having a probability of 1.) To start with, they will acknowledge that, if I believe<br />
44