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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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coerência, i.e. de criar coisas, realidades e situações que não ger<strong>em</strong><br />

contradição com os seus próprios princípios de criação, cuja intenção é fazer<br />

s<strong>em</strong>pre o melhor.<br />

2.1.2 Onisciência<br />

O conceito de onisciência constitui um <strong>do</strong>s aspectos mais centrais da<br />

natureza de Deus, que está associa<strong>do</strong> ao t<strong>em</strong>a de nossa pesquisa. Afinal uma<br />

das questões é: se Deus sabe de todas as coisas, por que ele não age para<br />

impedir o <strong>mal</strong> Como não pod<strong>em</strong>os entrar no debate específico sobre o que é<br />

onisciência, vamos abordar o conceito a partir das concepções elaboradas por<br />

Swinburne <strong>em</strong> seu livro The Coherence of Theism.<br />

A tradição monoteísta incorporou na sua concepção de Deus o conceito<br />

de onisciência e variadas formas de se entender a onisciência divina têm se<br />

desenvolvi<strong>do</strong>, trazen<strong>do</strong> implicações sobre outros aspectos da relação de Deus<br />

com a criação e com o próprio hom<strong>em</strong> destina<strong>do</strong> a ser livre.<br />

Que significa dizer que uma pessoa é onisciente A resposta parece ser<br />

que pod<strong>em</strong>os reconhecer tal propriedade <strong>em</strong> alguém que pode livr<strong>em</strong>ente<br />

saber todas as coisas que são logicamente possíveis e não apenas pensadas<br />

ou imaginadas por qualquer outro agente.<br />

Conhecer tu<strong>do</strong> equivale não só a saber tu<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os outros<br />

agentes sab<strong>em</strong>, como também ter a capacidade de conhecer plenamente o<br />

passa<strong>do</strong>, o presente e o futuro.<br />

O teísta precisa reconhecer que, assim como a onipotência só pode se<br />

dar dentro de um conjunto de possibilidades lógicas, assim também conhecer<br />

tu<strong>do</strong> refere-se ao âmbito das coisas que pod<strong>em</strong> logicamente ser conhecidas.<br />

É uma restrição que se impõe ao conceito, como explica Swinburne:<br />

T<strong>em</strong>os de entender a onisciência de uma forma mais restrita <strong>do</strong> que<br />

assumi-la como sen<strong>do</strong> a possibilidade de conhecer todas as<br />

proposições verdadeiras. Digamos com mais exatidão que um ser é<br />

onisciente se ele conhece <strong>em</strong> cada momento todas as proposições<br />

verdadeiras que são logicamente possíveis para ele naquele<br />

momento. Este ser P saberá de qualquer outra pessoa Q e de cada<br />

momento t o que pode ser conheci<strong>do</strong> por essa pessoa ou naquele<br />

momento, mas <strong>em</strong> função da maneira como P o capta.[...] Assim<br />

to<strong>do</strong> conhecimento estará, por assim dizer, dentro de seu âmbito. E<br />

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