o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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sobre a mente humana” 34 , Hume, ao tratar sobre o senti<strong>do</strong> da existência da<br />
divindade, não poupou as idéias egressas <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a leibniziano.<br />
S<strong>em</strong> necessariamente afirmar-se como ateu, ele rejeitou a idéia de que,<br />
por analogia com o finalismo da inteligência humana, seja possível afirmar a<br />
existência de Deus. Além disso, retoman<strong>do</strong> o dil<strong>em</strong>a coloca<strong>do</strong> por Epicuro,<br />
apresentou razões para provar que o <strong>mal</strong>, enquanto algo inevitável, é<br />
incompatível com a existência de um Deus soberano.<br />
Com efeito, diante <strong>do</strong>s danosos e conflituosos eventos deste mun<strong>do</strong>,<br />
não há como justificar os superiores atributos da divindade. Assim a religião é,<br />
para ele, s<strong>em</strong> senti<strong>do</strong>:<br />
“Carec<strong>em</strong>os de méto<strong>do</strong> para determinar uma justa fundamentação<br />
da religião, a não ser que admitamos a felicidade da vida humana e<br />
sustent<strong>em</strong>os que a continuação desta vida com to<strong>do</strong>s os seus atuais<br />
pesares, enfermidades e moléstias e loucuras, seja preferível e ainda<br />
desejável. Porém, isso é contrário ao sentir e à experiência de to<strong>do</strong>s,<br />
algo contrário a uma autoridade tão firme que nada pode transtornála.<br />
35<br />
O efeito da critica <strong>do</strong> iluminismo foi muito profun<strong>do</strong> e pod<strong>em</strong>os dizer que<br />
entre o século XVIII e XIX o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong> e os obstáculos interpostos pelos<br />
críticos à idéia da existência de Deus praticamente ficaram s<strong>em</strong> respostas.<br />
Somente no século XX é que a teodicéia será retomada com novas variações<br />
dadas aos postula<strong>do</strong>s que envolv<strong>em</strong> a sua construção enquanto disciplina<br />
dentro da filosofia da religião.<br />
3.2. A discussão cont<strong>em</strong>porânea sobre o teísmo e o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />
3.2.1. Uma questão permanente: Deus e o <strong>mal</strong><br />
O <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> sobre o qual nos det<strong>em</strong>os agora não é exatamente o da<br />
natureza e orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong>. Trata-se antes de mostrar como a necessidade de<br />
uma resposta a essas questões criou as condições para que surgisse um<br />
fecun<strong>do</strong> e extenso debate dentro da filosofia da religião.<br />
34 HUME, D. Diálogos sobre Religion Natural. Fon<strong>do</strong> de Cultura Econômica, México, DF. 1978.<br />
p. 125.<br />
35 HUME, D. Diálogos sobre Religion Natural. Fon<strong>do</strong> de Cultura Econômica, México, DF. 1978.<br />
p.123.<br />
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