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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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acontecer dependerá da vontade, das escolhas e das ações <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>. Por<br />

isso dev<strong>em</strong>os entender melhor o que ele quer explicitar com esta<br />

espontaneidade.<br />

A espontaneidade que determina objetivamente a ação particular de<br />

cada criatura está presente na alma. Sen<strong>do</strong> individual, não pode ser<br />

determinada por outras realidades. Também não é dependente <strong>do</strong> corpo físico,<br />

pois, na verdade, a alma está preparada para reagir às impressões <strong>do</strong> corpo e<br />

às suas próprias impressões e por isso decidir por si.<br />

Isso implica <strong>em</strong> concluirmos que, segun<strong>do</strong> Leibniz, existe liberdade por<br />

força da autodeterminação de cada ser. Embora Deus seja sabe<strong>do</strong>r de todas<br />

as possíveis escolhas, ele não pode intervir nas mesmas, pois o próprio Deus<br />

age ao estabelecer um principio de eleição como pod<strong>em</strong>os ver a seguir:<br />

É certo dizer que há razões para a eleição que Deus faz e que é<br />

preciso que a consideração <strong>do</strong> objeto, isto é, da ín<strong>do</strong>le <strong>do</strong> hom<strong>em</strong><br />

seja levada <strong>em</strong> conta. [...] Uns são mais ou menos inclina<strong>do</strong>s a fazer<br />

um b<strong>em</strong> ou um <strong>mal</strong> determina<strong>do</strong>, ou aos seus contrários e <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os casos ag<strong>em</strong> segun<strong>do</strong> as suas disposições naturais. Porém [...]<br />

pode se dizer que os homens são escolhi<strong>do</strong>s e coloca<strong>do</strong>s, não tanto<br />

segun<strong>do</strong> a sua natural excelência, quanto conforme a sua<br />

conveniência com o plano de Deus. 31<br />

Deus t<strong>em</strong> planos, mas o hom<strong>em</strong> age segun<strong>do</strong> sua própria vontade e<br />

inclinação. O hom<strong>em</strong>, por ser livre, explora essa grande capacidade de agir<br />

também por vontade própria e isto o distingue no universo.<br />

2.2.4. Conclusão de Leibniz para a causa <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />

Parece-nos que a teodicéia apresentada por Leibniz se desenvolve sob<br />

a influência de Agostinho. Pod<strong>em</strong>os perceber isso <strong>em</strong> seu argumento de que é<br />

impossível evitar o <strong>mal</strong> metafísico <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, por causa de sua imperfeição<br />

enquanto el<strong>em</strong>ento cria<strong>do</strong>, mas que Deus criou “o melhor <strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s<br />

possíveis” e o dirige para a realização de seus bons propósitos.<br />

31 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 104-105, pp. 111-112.<br />

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