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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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CONCLUSÃO<br />

A reflexão desenvolvida até aqui nos desafia a indicar <strong>em</strong> que medida as<br />

propostas apresentadas por Swinburne, de fato, converg<strong>em</strong> para algum tipo de<br />

solução ao <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong> enfrenta<strong>do</strong> pelo teísmo. Ou seja, se, mesmo com<br />

a evidência <strong>do</strong> <strong>mal</strong>, a hipótese <strong>do</strong> teísmo é uma hipótese provável <strong>em</strong> certa<br />

medida e por isso deva ser assumida como verdadeira.<br />

Nossa apreciação é feita buscan<strong>do</strong> compreender alguns aspectos da<br />

sua solução para os questionamentos que acompanham essa matéria desde a<br />

antiguidade. Entre esses, por que existe o <strong>mal</strong> nesse mun<strong>do</strong> que teria que ser<br />

o melhor, já que foi cria<strong>do</strong> por um Deus bon<strong>do</strong>so Ou se é razoável admitir que<br />

o <strong>mal</strong> moral seja explica<strong>do</strong> pelo viés da preservação <strong>do</strong> livre-arbitrio, e aceitar<br />

como razoável explicar o <strong>mal</strong> natural, como conseqüência de um mun<strong>do</strong> que<br />

t<strong>em</strong> que ser como é<br />

Essas questões tornam-se mais agudas pelo fato de que existe muito<br />

<strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong>, como já observamos ao longo <strong>do</strong> trabalho. Por fim destacamos<br />

que a a<strong>do</strong>ção de uma forma de inferência indutiva, como a proposta por<br />

Swinburne, pode mostrar um caminho para construção de uma teodicéia mais<br />

contextualizada com as características <strong>do</strong> conhecimento cientifico.<br />

Para apreciar a eventual novidade da teodicéia de Swinburne<br />

procuramos estabelecer um paralelo com um teórico que é clássico nesse<br />

assunto, Gottfried Wilhelm von Leibniz. Reven<strong>do</strong> os principais pontos dessas<br />

teodicéias, apontar<strong>em</strong>os se houve algum progresso por parte de Swinburne <strong>em</strong><br />

relação ao que já havia si<strong>do</strong> proposto por Leibniz.<br />

Ao formular a teodicéia, tanto Leibniz quanto Swinburne tomam como<br />

pressuposto o fato de que um mun<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> por um Deus, tal como o pensa<strong>do</strong><br />

na tradição monoteísta, é o melhor mun<strong>do</strong>. Leibniz indicou que, por sua<br />

capacidade de escolher entre os vários mun<strong>do</strong>s possíveis, Deus escolheu<br />

aquele que seria o melhor e, nesse caso, seria um mun<strong>do</strong> que contivesse o<br />

máximo da perfeição e um mínimo de imperfeições <strong>em</strong> seu conjunto.<br />

Swinburne chegou à conclusão de que Deus só poderia ter cria<strong>do</strong> o<br />

melhor mun<strong>do</strong> porque ele, Deus, sen<strong>do</strong> um agente que possui uma vontade<br />

moral correta, escolhe s<strong>em</strong>pre realizar aquilo que terá como conseqüência o<br />

b<strong>em</strong>. Fez este mun<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> dessa vontade e por isso toda a criação<br />

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