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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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CAPÍTULO I<br />

O TEÍSMO E O PROBLEMA DO MAL<br />

1. O PROBLEMA ENFRENTADO POR AGOSTINHO<br />

1.1. A <strong>probl<strong>em</strong>a</strong>tização <strong>do</strong> <strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong> antigo<br />

O pensamento de Agostinho sobre o <strong>mal</strong> resulta <strong>do</strong> confronto da idéia<br />

cristã de Deus com a probl<strong>em</strong>ática de seu t<strong>em</strong>po a respeito <strong>do</strong> <strong>mal</strong>. Neste<br />

contexto, sobressa<strong>em</strong> três correntes filosóficas que influenciaram, sob pontos<br />

de vista diversos, a sua reflexão: o epicurismo, o maniqueísmo e o<br />

neoplatonismo.<br />

A época helenística que se inicia com o Império de Alexandre no século<br />

IV a.C. e se prolonga até o t<strong>em</strong>po de Agostinho, caracteriza-se pela associação<br />

da cultura grega com outras culturas, principalmente orientais, o que introduziu<br />

um traço de ecletismo nas <strong>do</strong>utrinas filosóficas desse perío<strong>do</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a dissolução da antiga polis, teve como conseqüência a<br />

separação das concepções de hom<strong>em</strong> e cidadão que até então eram<br />

indissociáveis. Como afirma o historia<strong>do</strong>r Giovanni Reale:<br />

Pela primeira vez na história da filosofia moral, na época helenística,<br />

graças à descoberta <strong>do</strong> indivíduo, a ética se estrutura de maneira<br />

autônoma, basean<strong>do</strong>-se no hom<strong>em</strong> como tal, na sua singularidade. 1<br />

Nesta perspectiva, a sabe<strong>do</strong>ria consiste <strong>em</strong> descobrir <strong>em</strong> que consiste a<br />

felicidade individual. To<strong>do</strong> interesse estava volta<strong>do</strong> para oferecer ao indivíduo<br />

um caminho de realização pessoal, prescindin<strong>do</strong> de um projeto ético-político<br />

para a coletividade.<br />

Epicuro e seus segui<strong>do</strong>res são um bom ex<strong>em</strong>plo dessa atitude. Ao<br />

apontar no prazer o verdadeiro b<strong>em</strong>, a ser procura<strong>do</strong> pelo ser humano, o<br />

epicurismo tornou mais aguda a questão <strong>do</strong> <strong>mal</strong>. Se o único b<strong>em</strong> é o prazer, o<br />

sofrimento humano, enquanto o <strong>mal</strong> por excelência, adquire um relevo ímpar<br />

na consciência <strong>do</strong>s indivíduos. A verdadeira meta consiste na r<strong>em</strong>oção <strong>do</strong><br />

1 REALE, Giovanni. & Dario Antiseri. História da Filosofia, Vol. I. Edições Paulinas, São Paulo,<br />

1990. p. 229.<br />

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