o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
3.4. Outras razões pelas quais o <strong>mal</strong> existe.<br />
Todas as razões apresentadas até aqui foram na direção de explicar por<br />
que Deus não deve interferir para impedir o <strong>mal</strong> como essa terrível faticidade<br />
da vida <strong>do</strong>s homens. Agora, o desafio proposto por Swinburne é que<br />
entendamos sua colocação de que Deus, ten<strong>do</strong> direito sobre sua criação, pode<br />
inclusive infligir o dano ou prejuízo ao mun<strong>do</strong> que ele criou. E outro desafio é<br />
entender que a enorme quantidade de <strong>mal</strong> no mun<strong>do</strong> obedece a um objetivo<br />
que é coerente com a justificação de que o <strong>mal</strong> pode prover coisas boas.<br />
3.4.1- Deus pode infligir dano e recompensar sofre<strong>do</strong>res<br />
Como cria<strong>do</strong>r Deus t<strong>em</strong> direitos sobre nós, direitos esses que não t<strong>em</strong>os<br />
sobre outros. Esse senti<strong>do</strong> de direito pode ser ex<strong>em</strong>plifica<strong>do</strong> pelo fato de que,<br />
dentro de algumas circunstâncias especificas, t<strong>em</strong>os algum direito sobre<br />
algumas pessoas com as quais t<strong>em</strong>os relações de parentesco. No caso de<br />
Deus, como b<strong>em</strong>-feitor, ele pode tomar decisões sobre nossas vidas e também<br />
retirar algum (uns) beneficio (os) como ele mesmo julgar que o deva fazer.<br />
A noção de Swinburne é que Deus, como já exposto anteriormente, teve<br />
razões para criar este mun<strong>do</strong> e nele criou seres humanos que precisam<br />
adquirir conhecimento para ter maior capacidade de escolha, por isso Deus<br />
t<strong>em</strong> razões para criar um mun<strong>do</strong> no qual haja sofrimento.<br />
Uma das objeções que se interpõ<strong>em</strong> a este argumento é o fato de que<br />
exist<strong>em</strong> pessoas cujas vidas estão tão tomadas pelo sofrimento que viver para<br />
elas parece não valer a pena. A resposta de Swinburne vai de encontro à lei de<br />
compensação, segun<strong>do</strong> a qual, há uma vida melhor após a morte, que<br />
permitirá equilibrar as perdas da vida presente.<br />
Neste caso a hipótese <strong>do</strong> teísmo teria que lançar mão de hipóteses<br />
adicionais, como a hipótese de uma vida compensatória após a morte. Se<br />
nesses termos, há a expectativa de que benefícios virão <strong>em</strong> função <strong>do</strong> grau de<br />
sofrimento que se t<strong>em</strong> nesta vida, então a hipótese teísta estaria salva.<br />
122