o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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Ao dizer que um esta<strong>do</strong> de coisas é mau, tipifica-se o que vai da<br />
intenção ao resulta<strong>do</strong>, independen<strong>do</strong> <strong>em</strong> alguns casos, <strong>do</strong> tipo de ação<br />
executada. Por isso o <strong>mal</strong> não pode ser visto apenas como um acontecimento<br />
isola<strong>do</strong> <strong>em</strong> si mesmo. Mas deve ser julga<strong>do</strong> como tal dentro <strong>do</strong> conjunto de<br />
motivações e objetivos que o ato propiciou.<br />
Com isso precisamos levar <strong>em</strong> conta o que consideramos bom ou mau,<br />
à luz <strong>do</strong> que seja para o b<strong>em</strong> ou para o <strong>mal</strong>. Esse pequeno trocadilho não é<br />
apenas figura de linguag<strong>em</strong>, revela que t<strong>em</strong>os que acompanhar o raciocínio de<br />
Swinburne, para o qual algo é adequadamente moral, <strong>em</strong> função de seus<br />
efeitos, quan<strong>do</strong> é superior <strong>em</strong> beneficio a qualquer outra coisa. Assim ele<br />
afirma:<br />
O ato moralmente melhor que posso fazer é aquele que é<br />
absolutamente o melhor ato, aquele cuja bondade supera a bondade<br />
de qualquer outro ato. 74<br />
Essa definição parece considerar muitas variáveis para um conceito,<br />
cujos critérios <strong>em</strong> geral são ti<strong>do</strong>s como objetivos: o que é bom, assim o é<br />
porque que sua razão é trazer o b<strong>em</strong>. Daí pode surgir um <strong>probl<strong>em</strong>a</strong>, qual seja,<br />
como avaliar tantas variáveis ou como saber que elas concorr<strong>em</strong> para um la<strong>do</strong><br />
e não para o outro.<br />
Esse <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> nos leva a outro. Pode ser justificável a ocorrência de<br />
algo mau como condição necessária para o b<strong>em</strong> A alternativa apresentada<br />
por Swinburne é a tese de que a ação global deve ter um valor positivo<br />
espera<strong>do</strong>. Ou seja, quan<strong>do</strong> pensamos <strong>em</strong> quanto é ruim uma situação,<br />
dev<strong>em</strong>os analisá-la de maneira mais extensa, pois, segun<strong>do</strong> ele, pode-se<br />
chegar a um valor positivo que represente um b<strong>em</strong> resultante da situação.<br />
O valor espera<strong>do</strong> de uma ação é a soma <strong>do</strong>s valores (positivos ou<br />
negativos) das suas eventuais conseqüências, cada uma<br />
multiplicada pela probabilidade da sua ocorrência, desde que a ação<br />
seja executada. Qu<strong>em</strong> quer que pense que não há limites para o<br />
conhecimento de Deus sobre ações (para nós) futuras de agentes<br />
livres (ou sobre as conseqüências de processos aleatórios), pode<br />
might be bad from the point of view of aesthetics or etiquette that I should support a project for<br />
building cheap housing or speak to someone to whom I had not been introduced, but if it is<br />
overall a good act, then it is morally good” (SWINBURNE, Richard, Providence and the Probl<strong>em</strong><br />
of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998.p.5).<br />
74 “The morally best act for me to <strong>do</strong> is the one which is overall the best act, the one whose<br />
goodness overrides that of the goodness of other acts.” (SWINBURNE, Richard, Providence<br />
and the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998.p 5.).<br />
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