06.01.2015 Views

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

todas as ações que faz<strong>em</strong> parte da vida. Algumas vezes, por algum ponto de<br />

vista inadequa<strong>do</strong> ele pode executar más ações. Isso torna inevitável a<br />

possibilidade de algum <strong>mal</strong> como conseqüência desse tipo de ação. Tomada<br />

nesse senti<strong>do</strong>, a possibilidade de adquirir a moralidade envolve algum <strong>mal</strong><br />

necessário.<br />

A realidade desse fato revela quanto essa possibilidade é a melhor,<br />

como diz Swinburne:<br />

Qual dessas alternativas um bom Deus realizaria naqueles que<br />

fizeram a escolha por um mau caráter É bom, como vimos desejar<br />

o que é moralmente bom e realmente mau não ter nenhuma<br />

sensibilidade moral. Também é mau ser incapaz de livr<strong>em</strong>ente<br />

escolher aquilo que reconhec<strong>em</strong>os como moralmente bom, ou seja,<br />

para nossa consciência estar incapacitada para isso. Claramente<br />

essa segunda situação é pior que a primeira. Pois a primeira é<br />

simplesmente a ausência de um b<strong>em</strong>. 96<br />

A melhor maneira de alcançar-se o objetivo de aprender a fazer<br />

escolhas é ter oportunidades de praticá-las. Isso implica que os seres humanos<br />

poderão descobrir, a partir <strong>do</strong>s efeitos de suas escolhas, o valor moral de suas<br />

ações. Viver na ignorância <strong>do</strong>s juízos morais para Swinburne parece não ser a<br />

escolha mais razoável para os homens.<br />

Agentes livres pod<strong>em</strong> aprender e desenvolver o conhecimento moral e<br />

dev<strong>em</strong> aceitar essa condição, porque pior seria, segun<strong>do</strong> SWINBURNE: "ser<br />

incapaz de escolher livr<strong>em</strong>ente aquilo que reconhec<strong>em</strong>os como moralmente<br />

bom" (SWINBURNE, R.1998, p.144). É um privilégio acompanha<strong>do</strong> da<br />

responsabilidade, termos, nós mesmos, o poder de moldar nosso caráter a<br />

partir da possibilidade de escolha.<br />

Fato é que essa condição v<strong>em</strong> acompanhada da possibilidade de bons e<br />

maus desejos e, por sua vez, de boas e más escolhas. Por isso, alguém<br />

poderia levantar a questão se não seria melhor Deus nos dar apenas as<br />

possibilidades de escolha que moldass<strong>em</strong> nosso caráter para o b<strong>em</strong>. Na<br />

verdade, por<strong>em</strong>, caráter é uma característica adquirida e sua construção se dá<br />

96 “Which of these alternatives would a good God produce in those who have chosen a bad<br />

character It is good, we have seen, to desire the morally good, and bad indeed to have no<br />

moral sensitivity. It is also bad to be unable freely to choose what we recognize as morally<br />

good, for our conscience to be thus incapacitated. Clearly the latter state is the worse; the<br />

former state is simply the absence of a good.” (SWINBURNE, Richard, Providence and the<br />

Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998. p.144).<br />

112

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!