o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3.3 Crenças morais justificadas<br />
Amplian<strong>do</strong> o papel que des<strong>em</strong>penha o <strong>mal</strong> natural, ao repercutir na vida<br />
<strong>do</strong>s indivíduos, Swinburne quer d<strong>em</strong>onstrar que esse <strong>mal</strong> pode ser usa<strong>do</strong> como<br />
espaço para um conhecimento moral basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> crenças verdadeiramente<br />
justificadas. O <strong>mal</strong> natural propicia a oportunidade de conhecer que ações<br />
pod<strong>em</strong> produzir resulta<strong>do</strong>s ruins e trazer sofrimento ao hom<strong>em</strong>. Ele defende<br />
que esse conhecimento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s serve para justificar as crenças sobre o<br />
efeito de nossas ações.<br />
Quan<strong>do</strong> faz<strong>em</strong>os escolhas, precisamos estar seguros sobre o que<br />
pensamos delas. É provável que Deus tenha interesse nisso também, <strong>do</strong>nde<br />
Swinburne propõe:<br />
Se Deus pretende dar-nos a escolha entre b<strong>em</strong> e <strong>mal</strong>, ele deve nos<br />
dar ou nos permitir adquirir crenças verdadeiras acerca <strong>do</strong>s efeitos<br />
de nossas ações. 105<br />
Essas crenças verdadeiras dev<strong>em</strong> encontrar um meio pelo qual sejam<br />
justificadas. Por isso, para ele, é a partir <strong>do</strong> conhecimento real <strong>do</strong>s efeitos de<br />
nossas ações que pod<strong>em</strong>os ter tais justificações. O conhecimento desses<br />
efeitos é da<strong>do</strong> moderadamente e gradualmente por Deus. Assim, o<br />
conhecimento e a capacidade de escolha desenvolv<strong>em</strong>-se e são aplica<strong>do</strong>s de<br />
caso <strong>em</strong> caso de acor<strong>do</strong> com a compreensão que vamos ten<strong>do</strong> <strong>do</strong>s efeitos de<br />
nossas ações.<br />
Para que esse encadeamento se processe, o <strong>mal</strong> natural torna-se uma<br />
condição de grande valor, pois se torna uma situação a partir da qual esse<br />
processo t<strong>em</strong> amplas possibilidades de se desenvolver. Pois, segun<strong>do</strong><br />
Swinburne: “O <strong>mal</strong> natural é necessário para nos dar a oportunidade de<br />
escolha quanto à aquisição <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong>s bons e maus efeitos de<br />
nossas ações e, na verdade, a fim de permitir-nos ter simplesmente<br />
conhecimentos muito b<strong>em</strong> justifica<strong>do</strong>s.” (1998, p.179).<br />
105 “So if God is to give us the choice between good and bad, he must give us, or allow us to<br />
acquire, true beliefs about the effects of our actions.” (SWINBURNE, Richard, Providence and<br />
the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press, Oxford.1998. p.176).<br />
120