o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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A idéia é que o peca<strong>do</strong> é uma escolha humana feita desde Adão. O<br />
peca<strong>do</strong> provoca uma desord<strong>em</strong> acidental, que resulta na infelicidade, mas não<br />
acaba com a ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> universo. É possível recuperar a harmonia da criação,<br />
restituin<strong>do</strong> assim à criatura a felicidade perdida.<br />
Vamos perceben<strong>do</strong> assim que compreender o <strong>mal</strong> é, sobretu<strong>do</strong>,<br />
entender o que leva o hom<strong>em</strong> a agir conforme o seu querer, ainda que este lhe<br />
traga algum dano. Fica estabeleci<strong>do</strong> que há uma relação direta entre a orig<strong>em</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>mal</strong> e a vontade humana.<br />
Portanto a existência <strong>do</strong> livre-arbítrio explica a orig<strong>em</strong> de ações que não<br />
são de acor<strong>do</strong> com a vontade de Deus. Assim o <strong>mal</strong> não é algo substancial<br />
cria<strong>do</strong> por Deus, ele surge da livre ação <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>.<br />
1.2.4. O <strong>mal</strong> físico como resulta<strong>do</strong> da desord<strong>em</strong> moral<br />
Uma vez atribuí<strong>do</strong> à responsabilidade <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> o <strong>mal</strong> moral, resta<br />
resolver o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong> físico, i.e. de to<strong>do</strong> o sofrimento humano, de tu<strong>do</strong> o<br />
que há de violento e destrutivo no nosso mun<strong>do</strong>. Com efeito, se todas as<br />
coisas são naturalmente boas, enquanto criadas por Deus, como explicar o <strong>mal</strong><br />
natural, mesmo se ele é entendi<strong>do</strong> não como uma entidade positiva<br />
proveniente de Deus, mas como carência da perfeição própria de cada coisa<br />
Donde v<strong>em</strong> esta carência Como eximir Deus da responsabilidade por ela<br />
A resposta de Agostinho a esta questão é dupla. Por um la<strong>do</strong>, os <strong>mal</strong>es<br />
naturais são muitas vezes conseqüências diretas da desord<strong>em</strong> moral <strong>do</strong>s seres<br />
humanos. Ao agir livr<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> desacor<strong>do</strong> com o plano divino, eles interfer<strong>em</strong><br />
negativamente na realidade natural, perturban<strong>do</strong> a ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />
prejudican<strong>do</strong> a si mesmos e aos outros com suas ações desregradas. Assim o<br />
<strong>mal</strong> natural deve ser entendi<strong>do</strong>, <strong>em</strong> primeiro lugar, como a ruptura da harmonia<br />
da criação. Por sua ação desordenada o ser humano violenta a criação de<br />
Deus, lesa a sua integridade, privan<strong>do</strong> a si mesmo e a outros da perfeição que<br />
lhes compet<strong>em</strong>.<br />
Entretanto, há <strong>mal</strong>es naturais que aparent<strong>em</strong>ente não decorr<strong>em</strong> da ação<br />
humana. Donde provêm p.ex. uma seca, um terr<strong>em</strong>oto, determinadas<br />
enfermidades Qual o responsável pelos prejuízos e sofrimentos provoca<strong>do</strong>s<br />
por tais fenômenos<br />
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