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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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poderia ser de outra maneira. Por isso produz resulta<strong>do</strong>s impróprios e muitas<br />

vezes indeseja<strong>do</strong>s.<br />

Observ<strong>em</strong>os essa afirmação:<br />

Dev<strong>em</strong>os considerar que há uma imperfeição original na criatura<br />

antes <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>, porque a criatura é limitada <strong>em</strong> sua essência;<br />

<strong>do</strong>nde resulta que ela não pode conhecer tu<strong>do</strong> e que pode se<br />

enganar e cometer outros erros. 20<br />

É essa condição de imperfeição (enquanto limite da própria natureza de<br />

algo ou alguém que é cria<strong>do</strong>) que torna o <strong>mal</strong> algo inevitável. Afinal, as ações<br />

de uma criatura limitada naturalmente pod<strong>em</strong> resultar <strong>em</strong> toda sorte de<br />

enganos e erros que faz<strong>em</strong> surgir o <strong>mal</strong>. Leibniz manteve, portanto, o<br />

pensamento da tradição a esse respeito, como ele expressa nesta passag<strong>em</strong>:<br />

E aí [no entendimento divino] se encontra não só a forma primitiva <strong>do</strong><br />

b<strong>em</strong>, mas também a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong>. A região das verdades deve ser<br />

colocada <strong>em</strong> lugar da matéria quan<strong>do</strong> se trata de buscar a orig<strong>em</strong> das<br />

coisas. Esta região é a causa ideal <strong>do</strong> <strong>mal</strong> (por assim dizer) como<br />

também <strong>do</strong> b<strong>em</strong>. Falan<strong>do</strong> com propriedade, o caráter for<strong>mal</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />

não t<strong>em</strong> causa eficiente, porque o <strong>mal</strong> consiste numa privação, como<br />

ver<strong>em</strong>os, i.e. naquilo que a causa eficiente não faz Por isso, os<br />

escolásticos costumam chamar a causa <strong>do</strong> <strong>mal</strong> de deficiente. 21<br />

O <strong>mal</strong> continua sen<strong>do</strong> entendi<strong>do</strong> como a ausência <strong>do</strong> b<strong>em</strong>, conforme a<br />

concepção neoplatônica e agostiniana. Trata-se de uma imperfeição inerente à<br />

própria essência da criatura, pois se ela não fosse imperfeita seria o próprio<br />

Deus.<br />

Também a respeito das espécies de <strong>mal</strong> Leibniz concorda com o<br />

pensamento tradicional, como pod<strong>em</strong>os ver por esta citação:<br />

O <strong>mal</strong> pode ser metafísico, físico e moral. O <strong>mal</strong> metafísico consiste<br />

na simples imperfeição, o <strong>mal</strong> físico no sofrimento e o <strong>mal</strong> moral no<br />

peca<strong>do</strong>. 22<br />

O <strong>mal</strong> físico é entendi<strong>do</strong> por Leibniz como conseqüência <strong>do</strong> <strong>mal</strong> moral,<br />

seja porque está vincula<strong>do</strong> à limitação original, seja porque é punição <strong>do</strong><br />

20 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. § 201. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de<br />

filosofía Universidad ARCIS. § 20, p. 75.<br />

21 LEIBNIZ, G.F.. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. § 201. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de<br />

filosofía Universidad ARCIS. § 20, p. 76.<br />

22 LEIBNIZ, G.F. Theodicea, Ensayos sobre la bondad de Dios, la libertad del hombre y el<br />

origen del <strong>mal</strong>. Edición Digital. Consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> www.philosophia.cl/ Esc. de filosofía<br />

Universidad ARCIS. § 21, p. 76.<br />

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