o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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espírito de perfeição <strong>do</strong> cria<strong>do</strong>r, ou seja, algo não existiria neste mun<strong>do</strong> se não<br />
cumprisse um fim que Deus se propôs que cumprisse ao criá-lo.<br />
Segun<strong>do</strong> Dilthey, o mun<strong>do</strong> é o melhor porque entre to<strong>do</strong>s é o que<br />
contém o máximo de perfeição:<br />
A ord<strong>em</strong> orgânica da distribuição das espécies, <strong>do</strong>s graus da<br />
existência e <strong>do</strong>s valores no universo, é que marca o seu lugar a<br />
todas as existências individuais. Confere-lhes o grau de perfeição<br />
realizável nesse lugar.[...] Para Leibniz é a cont<strong>em</strong>plação <strong>do</strong>s<br />
fenômenos à luz de uma idéia universal. A perfeição só está<br />
realizada na totalidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. 17<br />
V<strong>em</strong>os que na teoria de Leibniz , à luz <strong>do</strong> to<strong>do</strong>, cada uma das coisas<br />
presentes no universo está <strong>em</strong> seu lugar cumprin<strong>do</strong> o perfeito plano divino.<br />
Admitir essa teoria implica acatar que o grau de perfeição deste mun<strong>do</strong> é<br />
tão eleva<strong>do</strong> que não são necessárias intervenções divinas inesperadas para<br />
corrigir algo. Ela também nos leva a entender que aquilo que causa <strong>do</strong>r,<br />
sofrimento e to<strong>do</strong> tipo de <strong>mal</strong> que experimentamos deve fazer parte deste<br />
mun<strong>do</strong>, mesmo sen<strong>do</strong> o melhor possível. Um mun<strong>do</strong> s<strong>em</strong> <strong>do</strong>r não seria melhor<br />
<strong>do</strong> que o atual, seria apenas irrealizável.<br />
Ver<strong>em</strong>os a seguir que Leibniz, não pretendeu negar os <strong>mal</strong>es e<br />
sofrimentos, mas fundamentalmente responder à pergunta: Como conceber<br />
que o mun<strong>do</strong> existente seja o melhor apesar de existir nele um número tão<br />
infinito de imperfeições e misérias<br />
2.2. A teodicéia de Leibniz.<br />
A resposta leibniziana que ainda hoje é um paradigma de solidez e<br />
consistência lógico-filosófica é apresentada brev<strong>em</strong>ente aqui para que<br />
possamos analisar com maior clareza os possíveis avanços nas teodicéias<br />
cont<strong>em</strong>porâneas. Interessa-nos expor os aspectos de sua teodicéia que de<br />
certo mo<strong>do</strong> estão mais vincula<strong>do</strong>s aos interesses de nossa pesquisa.<br />
É importante compreender desde o início que o papel de uma teodicéia<br />
não é provar que Deus existe, mas por que são justificáveis o comportamento,<br />
as atitudes ou não atitudes de Deus diante <strong>do</strong> <strong>mal</strong> presente na vida das<br />
criaturas e na própria criação.<br />
17 DILTHEY, DILTHEY, Wilhelm. Leibniz e sua época. Trad. A.E. Beau. Livraria Acadêmica,<br />
São Paulo, 1947. p.102-103.<br />
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