06.01.2015 Views

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

De acor<strong>do</strong> com essa descrição das leis da natureza, não são elas as<br />

causas explicativas <strong>do</strong>s eventos <strong>em</strong> termos diretos. Com efeito, segun<strong>do</strong><br />

Swinburne: “Enquanto a causação está essencialmente envolvida nas leis, as<br />

leis não estão envolvidas na causação” (2004. p.34).<br />

Mesmo admitin<strong>do</strong> essa descrição de como se constitu<strong>em</strong> as leis da<br />

natureza, Swinburne entende que a descrição S-P-T não equaciona o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong><br />

<strong>do</strong> “por que” essas substâncias têm esses poderes e essas tendências. Razão<br />

pela qual pod<strong>em</strong>os concluir que uma explicação científica, mesmo nesse<br />

modelo, <strong>em</strong>bora possa trazer explicações prováveis sobre muitas coisas, não é<br />

suficiente para explicar um evento como a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> universo e por<br />

decorrência seu funcionamento.<br />

2.3.2.1.2. O teísmo se põe como explicação pessoal.<br />

Porém, há eventos cujas causas não são encontradas na própria<br />

natureza. Pelo contrário, há muitos eventos cuja causa é a ação intencional de<br />

algum agente que t<strong>em</strong> o poder de levá-lo a efeito. Da<strong>do</strong> que foi uma pessoa<br />

que causou tal evento, a melhor maneira de explicá-lo é através de uma<br />

explicação pessoal.<br />

O aspecto sobre o qual construímos o entendimento <strong>do</strong> que seja uma<br />

explicação pessoal, no dizer de Swinburne, está muito liga<strong>do</strong> à condição de<br />

intencionalidade <strong>do</strong> sujeito como pod<strong>em</strong>os verificar <strong>em</strong> seu texto:<br />

Na explicação pessoal, a ocorrência <strong>do</strong> fenômeno E é explicada<br />

como levada a efeito por um agente racional P perfazen<strong>do</strong> alguma<br />

ação intencionalmente. 67<br />

Suposto que a explicação pessoal quer dizer que uma pessoa é a causa<br />

<strong>do</strong> fenômeno, Swinburne propõe que dev<strong>em</strong>os procurar saber quan<strong>do</strong> o agente<br />

racional P causa o fenômeno E intencionalmente e quan<strong>do</strong> o agente o causa<br />

não intencionalmente.<br />

Essa preocupação t<strong>em</strong> senti<strong>do</strong>, porque pode haver algo que impeça o<br />

agente de realizar a sua intenção e ainda há a questão <strong>do</strong> querer <strong>do</strong> agente<br />

67 “In personal explanation the occurrence of a phenomenon E is explained as brought about by<br />

a rational agent P <strong>do</strong>ing some action intentionally.” (SWINBURNE, Richard. The Existence of<br />

God, second edition. Oxford. Claren<strong>do</strong>n Press. 2004, p. 35).<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!