o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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Trata-se de uma teodicéia otimista que também limita Deus. Na tentativa<br />
de explicar melhor seu projeto, vimos que ele não queria fugir da questão: se<br />
Deus é bom e é o cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> melhor mun<strong>do</strong> possível, por que então o mun<strong>do</strong><br />
está cheio de peca<strong>do</strong> e de <strong>do</strong>r Leibniz não viu <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> real aqui.<br />
Sua resposta foi simples e clara no contexto de sua metafísica: Primeiro,<br />
v<strong>em</strong>os apenas uma pequena fração <strong>do</strong> universo. Julgá-lo cheio de miséria a<br />
partir dessa pequena fração é presunção. Essa ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> universo excede<br />
nossa capacidade de julgá-lo. Segun<strong>do</strong>, o melhor mun<strong>do</strong> possível não quer<br />
dizer s<strong>em</strong> nenhum <strong>mal</strong>, mas que menos <strong>mal</strong> <strong>do</strong> que isso é impossível. E, por<br />
último, o <strong>mal</strong> e o peca<strong>do</strong> não exist<strong>em</strong> ontologicamente; são negações da<br />
realidade. To<strong>do</strong>s os seres cria<strong>do</strong>s são limita<strong>do</strong>s e imperfeitos; portanto, o<br />
peca<strong>do</strong> e o <strong>mal</strong> são necessários aos seres cria<strong>do</strong>s.<br />
Por fim, abordan<strong>do</strong> a questão da liberdade, fica claro que seu projeto<br />
isenta Deus de qualquer responsabilidade pelo <strong>mal</strong>, pois de um la<strong>do</strong> a relação<br />
de Deus com o <strong>mal</strong> está na esfera da permissão e não de execução. O hom<strong>em</strong><br />
por sua livre escolha delibera e acarreta sobre si e sobre o mun<strong>do</strong> as<br />
conseqüências que pod<strong>em</strong> inclusive ser<strong>em</strong> más.<br />
3. O PROBLEMA DA TEODICÉIA A PARTIR DO ILUMINISMO<br />
3.1. Critica <strong>do</strong> teísmo no iluminismo e <strong>em</strong> Hume.<br />
A crítica sist<strong>em</strong>ática à religião surgiu e ganhou força na Europa cristã <strong>do</strong><br />
sec.XVIII <strong>em</strong> diante, principalmente com o advento <strong>do</strong> Iluminismo. Essa crítica<br />
mesclava princípios de um anti-teísmo que se confundiu, muitas vezes, com<br />
um anti-clericalismo. O enfrentamento à religião tinha um caráter ideológicopolitico,<br />
pois, para parte <strong>do</strong>s pensa<strong>do</strong>res ilumistas, a religião se prestava<br />
apenas para reforçar poderes despóticos. Em outra direção, a crítica era feita à<br />
crença na existência <strong>do</strong> principal personag<strong>em</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> religioso, a divindade.<br />
Segun<strong>do</strong> James Fiser a segunda critica, a Deus e sua existência, se<br />
dirigia às duas bases da crença cristã: a teologia natural e a religião revelada.<br />
Registramos aqui resumidadamente o que é a religião natural:<br />
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