o teÃsmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe
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<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como elas se relacionam entre si. Abriu-se assim o caminho para uma<br />
epist<strong>em</strong>ologia onde o interesse principal era descobrir as conexões e as<br />
possíveis causas <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
O desafio passou a ser como explicar o mun<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com<br />
essa lógica. Tomou corpo a idéia de que se poderia explicar racionalmente as<br />
ações de Deus, b<strong>em</strong> como suas intenções para com a criação.<br />
Vê-se então a necessidade de se estruturar cada vez mais um conceito<br />
de teodicéia que se mova neste contexto, com essa compreensão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e<br />
de Deus.<br />
3.2.2 As estratégias atuais para o enfrentamento <strong>do</strong> <strong>probl<strong>em</strong>a</strong><br />
As estratégias utilizadas atualmente por teístas têm seu principal<br />
interesse <strong>em</strong> justificar por que Deus, ten<strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> <strong>mal</strong>, não intervém<br />
para impedi-lo e mesmo para evitar suas terríveis conseqüências. Também<br />
quer<strong>em</strong> articular os atributos de Deus com a liberdade plena <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> e com<br />
a sua capacidade de assumir toda a responsabilidade pelo que ocorre consigo<br />
e à sua volta. Aplicam-se ainda <strong>em</strong> tentar explicar o papel que o <strong>mal</strong><br />
des<strong>em</strong>penha como condição para o surgimento no hom<strong>em</strong> de qualidades e<br />
atitudes que exprim<strong>em</strong> o seu valor.<br />
Cont<strong>em</strong>poraneamente, encontramos assim uma variedade incontável de<br />
teodicéias que, <strong>em</strong> sua maioria, não se afastam <strong>do</strong>s postula<strong>do</strong>s lança<strong>do</strong>s tanto<br />
por Leibniz como por Agostinho. O enriquecimento <strong>do</strong> debate t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> possível<br />
pela utilização de uma nova epist<strong>em</strong>ologia que se funda <strong>em</strong> novos critérios<br />
explicativos. Entre esses t<strong>em</strong>os os argumentos <strong>do</strong> tipo indutivo, o critério de<br />
que a crença na existência de Deus pode ser razoável, se pensada <strong>em</strong><br />
conjunto com outras crenças que se t<strong>em</strong> e são consideradas racionais.<br />
Também favorece essas teodicéias a concepção de que o <strong>mal</strong> deve ser<br />
compreendi<strong>do</strong> dentro de um conjunto amplo de razões da criação.<br />
Há vários autores que, na busca por apresentar o teísmo como uma<br />
alternativa aberta ao debate filosófico, desenvolv<strong>em</strong> suas teodicéias como<br />
parte plenamente integrada nos seus sist<strong>em</strong>as. Segun<strong>do</strong> eles, as razões<br />
epistêmicas dadas são de fato razões a partir das quais se pode justificar a<br />
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