100firmas industriais tinham incorporado pelo menos uma mudança, enquanto somente2,7% havia realizado todas as seis mudanças sob análise (Bassi, 1995,p. 39). 4De acordo com os resultados de seu estudo, as firmas da indústria detransformação que têm mais intensivamente implementado iniciativas em termosde reorganização do <strong>trabalho</strong> vis-à-vis àquelas que não o fazem apresentam asseguintes características: são de maior porte; possuem uma proporção menorde trabalhadores com conhecimento inadequado de inglês; com maiorprobabilidade, as qualificações básicas de seus trabalhadores são maisrelevantes para o comportamento da produtividade, dos lucros, da <strong>competitividade</strong>doméstica e internacional; oferecem benefícios sob a forma de pensões; e,finalmente, relatam que a rotatividade pode ser considerada um problema menosgrave (Bassi, 1995, p. 42). Quanto ao desenvolvimento de programas de educaçãono local de <strong>trabalho</strong>, no que se refere às firmas industriais, observam-se aspectosbasicamente semelhantes aos acima elencados para as firmas que maisintensivamente estão tomando iniciativas em termos de reorganização do <strong>trabalho</strong>(Bassi, 1995, p. 43).Dentre as motivações para a adoção das mudanças na organização do<strong>trabalho</strong> arroladas com maior freqüência, destacam-se a melhoria da qualidadedos produtos e o acirramento da concorrência; por sua vez, são menosfreqüentemente destacadas a introdução de novas <strong>tecnologias</strong>, a produtividadee os lucros baixos, as pressões dos consumidores e a satisfação do empregadono <strong>trabalho</strong>. Quanto aos programas de educação no local de <strong>trabalho</strong>, no casoda indústria, as motivações mais freqüentemente elencadas para a sua adoçãosão as seguintes: necessidade dos mesmos antes do treinamento específicono posto de <strong>trabalho</strong>; reduzir as elevadas taxas de perdas, erros e re<strong>trabalho</strong>;no local de <strong>trabalho</strong>, a firma provê aos empregados, pelo menos parcialmente,tempo para a realização do curso e dá suporte financeiro para o programa;nível 3 - o nível 2 mais o ensino de qualificações (skills) interpessoais e para a resolução deproblemas; nível 4 - nível 2 ou 3 mais alguma das seguintes iniciativas de ensino comomatemática, ler, escrever, idioma ou preparação para o general equivalency degree;nível 5 - nível 4 mais a preparação do programa por um instrutor pago; nível 6 - nível 5 maisaulas pelo menos uma vez por semana; e, finalmente, nível 7 - nível 6 mais aulas pelo menosduas vezes por semana (Bassi, 1995, p. 38).4Eram as seguintes as seis práticas pesquisadas pela autora: TQM, equipes ou círculos dequalidade, redução dos níveis hierárquicos, transferência de responsabilidades para ostrabalhadores (empowerment), treinamento e participação nos lucros (Bassi, 1995, p. 41).Deve-se destacar que a autora concebe o treinamento como voltado para qualificaçõesespecíficas ao posto de <strong>trabalho</strong>, enquanto a educação no local de <strong>trabalho</strong> é tratada comosendo atinente a qualificações mais gerais (Bassi, 1995, p. 46).
101enfrentar o acirramento da concorrência; reter os trabalhadores na firma; melhoraras relações com os consumidores; e enfrentar a deterioração nas qualificaçõesda força de <strong>trabalho</strong> (Bassi, 1995, p. 44).Quanto aos impactos dos programas de educação no local de <strong>trabalho</strong>sobre a performance, percebe-se que as firmas, tanto na indústria como emoutros setores que os haviam adotado, evidenciavam que a reorganização do<strong>trabalho</strong> mais provavelmente tinha efeitos positivos sobre o crescimento daprodutividade do que aquelas que tinham reorganizado o <strong>trabalho</strong> sem adotarprogramas de educação (Bassi, 1995, p. 44). Adicionalmente, as firmas quemais intensivamente adotavam a reorganização do <strong>trabalho</strong> e conjuntamentedesenvolviam um programa de educação no local de <strong>trabalho</strong> mais provavelmentedetectavam melhorias na capacidade dos trabalhadores de resolverem problemas,trabalharem em equipe, utilizarem novas <strong>tecnologias</strong> e solucionarem problemasmatemáticos (Bassi, 1995, p. 45).Por fim, um aspecto também interessante revelado pelo estudo de Bassi(1995, p. 45) é o de que as firmas que tinham implementado havia mais tempoum programa de educação no local de <strong>trabalho</strong> mais provavelmente apresentavammelhoria na permanência dos trabalhadores em seu quadro funcional. Assim,em firmas com programas há mais de dois anos, havia evidência de que maisprovavelmente o trabalhador apresentaria melhoria em termos de permanênciado que naquelas nas quais os programas estavam sendo implementados hádois ou menos anos. Nesse sentido, esses resultados estariam a sugerir queos programas de educação no local de <strong>trabalho</strong> favoreceriam uma redução darotatividade no emprego.O <strong>trabalho</strong> de Kling (1995) procurou, com base em levantamento abrangentede estudos sobre as novas práticas de emprego na economia norte-americana,realizar um balanço de suas implicações tendo por ênfase a questão daperformance das firmas. Esse estudo parte de uma premissa muito relevante,qual seja, a de que as novas práticas de emprego se associam consistentementea uma melhor performance dos trabalhadores e das firmas quando utilizadas deuma forma sistêmica e não através de iniciativas isoladas ou de limitada duraçãotemporal. Adicionalmente, considera-se que tal perspectiva analítica representaum desdobramento das indagações formuladas na parte final do <strong>trabalho</strong> deOsterman (1994a), sendo tal orientação pertinente para o conhecimento maisacurado dos impactos das práticas de emprego sobre a performance.Em seu <strong>trabalho</strong>, Kling (1995, p. 29) coleta evidências sobre a relaçãoentre o comportamento da produtividade do <strong>trabalho</strong> e mudanças em três práticasde emprego isoladamente, quais sejam, treinamento, remuneração vinculadaaos desempenhos da firma e do trabalhador e o envolvimento dos trabalhadorescom a tomada de decisão. Posteriormente, são reunidas algumas evidências
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