Novas tecnologias, trabalho e competitividade
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182alguma experiência no processo de <strong>trabalho</strong>, abrindo-se a perspectiva de estabeleceruma carreira dentro da empresa. De maneira semelhante, na Firma 1 foialudido o fato de esta ter dificuldade de encontrar no mercado de <strong>trabalho</strong> profissionaisqualificados na área de engenharia de aplicação ou automação de plantas.Nesse sentido, ela também adotava a prática de “formar” estudantes ourecém-graduados a partir de estágios em sua área de engenharia.Na Firma 8, constatou-se uma avaliação mais crítica à qualidade da forçade <strong>trabalho</strong> industrial do País. De acordo com o seu gerente de recursos humanos,a força de <strong>trabalho</strong> que é encontrada no mercado é sempre incompleta, oque se estende dos requerimentos de formação básica da mão-de-obradiretamente ligada à produção aos conhecimentos necessários ao pessoalalocado em atividades técnicas ou que exigem escolaridade superior. Essascarências em termos de qualificação da mão-de-obra têm conduzido a que aFirma 8 invista mais no treinamento de sua força de <strong>trabalho</strong>.Volume de empregoCom base nas evidências proporcionadas pelo estudo de campo, pode-seafirmar que as firmas de automação industrial haviam passado, em período recente,por um processo de reestruturação produtiva, o qual provocou uma reduçãoem sua força de <strong>trabalho</strong> comparativamente à dos anos 80. Como tendência,constatou-se que a crise do início da década de 90 e a abertura econômicasuscitaram um movimento de redução do emprego nas empresas, tornando-as,em certo sentido, mais enxutas. 14Esse processo de reestruturação produtiva é explicado pelo fato de asempresas terem sido forçadas a reduzir custos em face do acirramento da concorrência,o que teria rebatido em suas estruturas organizacionais. De acordocom o depoimento do diretor da Firma 2, por exemplo, esta ficou mais14Uma possível contradição entre essa avaliação e os dados secundários apresentados noCapítulo 4 precisa ser comentada. Conforme se constata na Tabela 4.9, o volume de empregono segmento de automação industrial retraiu-se no período 1990-92, recuperando-se apartir de 1993; em 1995, o nível de emprego era superior ao observado em 1989. Todaviadeve-se ter presente que a avaliação aqui proposta sobre a evolução do emprego se refereàs firmas que foram objeto de estudo e não ao segmento de automação industrial, por umlado; por outro, os dados secundários apresentados no Capítulo 4 restringem-se ao ano de1995 — apreendendo, portanto, a fase mais favorável em termos macroeconômicos doPlano Real; por sua vez, a pesquisa de campo, cujas evidências estão sendo ora apresentadas,foi feita no período compreendido entre abril de 1997 e março de 1998, no qual odesempenho do Plano Real, em termos de crescimento, foi muito mais limitado, o que temimplicações sobre o emprego.